terça-feira, 20 de maio de 2008

A Crise do Filho do Homem

Por Leonardo Boff

A interpretação teológica da morte de Jesus na cruz, como sacrifício por nossos pecados, fêz-nos esquecer com demasiada pressa os reais motivos históricos que o levaram ao tribunal religioso e político e por fim ao assassinato na cruz. Cristo não foi simplesmente a doce e mansa figura de Nazaré. Foi alguém que usou pala­vras duras, não fugiu a polêmicas e para salvaguardar a sacralidade do templo, usou também da violência física. O contexto de sua vida, como as pesquisas recentes mostraram, é comum a dos camponeses e artesãos mediterrâneos que viviam uma resistência radical mas não violenta contra o desenvolvimento urbano de Herodes Antipas e o comercialismo rural de Roma, imposto na Baixa Galiléia –terra de Jesus - que empobrecia toda a população. Pregou uma mensagem que constituíu uma crise radical para a situação política e religiosa da época. Anunciou o Reino de Deus em oposição do reino de César e em vez da lei, o amor.

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