sexta-feira, 27 de abril de 2007

A VAIDADE DA NOBREZA DO NOSSO LABOR SEM AMOR E FÉ


“Aquilo que é elevado entre os homens

é abominação diante de Deus”

Jesus


A maior parte das coisas nobres que nos ocupam não tem valor diante de Deus, da vida como um todo, e, no final, para nós mesmos.

Nós, entretanto, cuidamos de nos dedicar a muitas tarefas da vaidade disfarçando-as de piedade.

As obras do homem são vaidades. Até mesmo as mais nobres são eivadas de vazio de real significado.

Jesus foi o único que viveu as obras de Deus e do homem, até a mais profunda plenitude, no limitado ambiente da existência como a conhecemos.

Ele, entretanto, nada fez!

Sim! O que Jesus fez?

Ora, qualquer discípulo dirá: Jesus curou. Jesus fez o bem. Jesus tirou gente da morte. Jesus deu a alegria do perdão aos que o procuraram. Jesus amou. Jesus morreu. Jesus ressuscitou e apareceu a alguns discípulos. Jesus ascendeu aos céus. Jesus é o meu Deus e Salvador! Jesus voltará! Jesus é o Alfa e o Omega! Jesus é Senhor de tudo e todos!

Aleluia!

Todavia, quase nenhum desses discípulos que confessam tais coisas como sendo “o máximo”, como sendo a obra de Deus por excelência — são capazes de celebrar as mesmas coisas em suas próprias vidas, a menos que elas se façam acompanhar de outras obras.

Quem cura deseja abrir um Centro de Cura. Quem faz o bem quer criar uma ONG. Quem prega tem que abrir uma Missão. Quem perdoa tem que escrever um livro. Quem se pensa morto pensa-se acabado, e deseja entrar para a História. Quem diz que crê na ressurreição foge da morte como pode, e ergue uma Edificação. Quem diz que Jesus voltará, vive sem esperança, embora almeje ser dono de grande Ministério.

Assim, a maior parte das coisas nobres que nos ocupam não tem valor diante de Deus, da vida como um todo, e, no final, para nós mesmos; pois, não são verdade e não são amor.

Para nós a obra de Deus é visível em números, em prédios, em estatísticas, em prestigio, em fama santa, em honestidade intelectual e moral, em interesse social, em escolha das causas do bem, em esforço pela expansão da visibilidade do “Evangelho”, em aparições de discípulos na grande mídia de modo “bom e digno”, em piedade visível aos sentidos mediante a aparência do bem, em dedicação às chamadas “causas da igreja” como “reino”, em serviço aos líderes ungidos, em planejamento evangelístico, em cursos teológicos, em belos templos, em meiguice estereotipada, em vaidades de ser, de estar, de pertencer, de possuir, de aparecer, de ambicionar, de conseguir, de morrer...

Continuação...


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quinta-feira, 19 de abril de 2007

CRESCENDO EM ESPERANÇA

No Evangelho a esperança é essencial à vida.

De fato o Evangelho é Boa Nova de esperança para a presente existência e para a vida que é sem fim.

Esperança, segundo o Evangelho, é Graça do Espírito Santo em nós.

Pela esperança se diz que o ser é santificado, pois, “a si mesmo se purifica todo aquele que Nele tem esperança”.

Pela esperança se diz que o ser é mantido vivo, posto que é pela “ousadia e exultação da esperança” que se enfrenta o absurdo da existência sem fraquejar na fé.

Pela esperança a alma é preservada em adoração, mesmo que unindo seus gemidos aos da criação.

O caminho histórico existencial do desenvolvimento da esperança em nós é algo que começa na fé.

Justificados ... mediante a fé ... temos paz com Deus.

Tal fé nos imerge no ambiente da Graça na qual estamos firmes. Assim, aprendemos a nos gloriar na esperança da Glória que Deus tem reservado para todos nós que estamos em Cristo. Mas, não somente isto, pois, aprendemos a nos gloriar não apenas na glória da glória, mas também na glória da tribulação no tempo presente.

A Graça do perdão (justificação) cria um ambiente, um estado de existência na Graça para o ser que confia. Nesse ambiente tudo remete para a esperança.

Viver na Graça é viver em esperança. Na esperança da glória eterna. Na esperança da presença real do Espírito nas tribulações de ainda.

Entretanto, é por tal esperança que o coração se alegra em Deus tanto nas coisas por vir como também nas dores que já vieram e ainda virão — sabendo que mesmo que o que nos venha seja tribulação, ela, a tribulação, quando vivida na esperança da glória de Deus, cria e forja o caminho que nos fará mais forte, mais rijos, mais audazes existencialmente, mais perseverantes, mais experientes, mais esperançosos...

Na Graça a tribulação aprofunda e enraíza a esperança.

Assim, quando a esperança passa pela estrada da dor, o que ela gera, caso continuemos firmes na fé, é um ser forte, que não desiste, que aprende e usa o que aprendeu, e que passa a não ser mais confundido pela dor ou pela perplexidade, posto que se diz que a esperança que o visita nessa jornada, não confunde a pessoa, antes dá a ela aquele paz-certa, e que sabe que tudo tem a ver com o amor de Deus por nós.

Ora, quando o processo se fecha assim, então, mais do Espírito Santo é derramado em nossos corações...

Mas para se ter esperança para viver na terra, tem-se que ter a esperança da glória que é para além do imediato. Ou seja: tem-se que ter a esperança da glória de Deus.

Sem que a mente esteja cheia da certeza da glória eterna, o que sobra como esperança para o tempo presente?

Assim, sem a esperança celestial não se tem chão no caminho imediato.

É a esperança da glória de Deus o poder existencial que me dá força para perseverar, para aprender, para crescer em esperança, e para ter o coração pacificado para além das dúvidas. Posto que a esperança que vem depois de toda tribulação é o antídoto contra toda duvida. A esperança não confunde.

Hoje as pessoas já não têm mais a exultação na esperança eterna. A maioria vive de projetos, de campanhas, de pequenos desejos, de sonhos de consumo. Essa é a glória dos crentes de agora. São filhos da esperança de açúcar.

Assim, tendo glória apenas como prosperidade terrena, tais pessoas jamais ganham densidade espiritual e jamais ficam firmes na fé.

Entretanto, quem não encher o coração com o peso da glória eterna, não terá o poder para suportar as ondas de tribulação que estão por vir sobre todos os habitantes da terra.

Eu só aprendo a me gloriar nas próprias tribulações se meu coração se glória diariamente na esperança da glória de Deus!

Sem esperança a “fé” é um bingo, uma aposta, uma loteria, um torcida nervosa acerca de alguns sonhos imediatos de consumo ou de sucesso.

Mas tal “fé” não suporta as tribulações da vida.

Nele, que nos chama à verdadeira esperança,


Caio

19/04/07
Lago Norte
Brasília

terça-feira, 17 de abril de 2007

A ESTRANHA TESE DE UM JUDEU ERRANTE QUE NÃO ERROU UMA

Há dois mil anos, debaixo deste mesmo sol, um judeu desaforado sustentava a escandalosa noção de que Deus não aceita as pessoas com base em sua herança genética, desempenho moral, pureza sexual, popularidade, capacidade comprovada de empreendimento, consistência na observância religiosa, quociente de inteligência, saldo médio, nível de crédito ou qualquer outro mérito ou demérito curricular usual, mas com base em seu próprio cavalheirismo e graciosidade – aquilo que a Bíblia chama de graça.

Uma característica fundamental do Deus que é Pai, propunha Jesus, é que ele não faz barganhas. Todas as tentativas pessoais e corporativas de ganhar o seu favor e a sua preferência não são apenas inúteis mas contraproducentes: geram em nós uma falsa impressão de mérito pessoal (que só irá nos prejudicar) e não ajudam em nada a limpar a nossa barra.


Para os que haviam feito
de agradar a Deus sua profissão,
a mensagem de Jesus
era impensável escândalo.


O Deus da boa nova requer ao mesmo tempo muito mais e muito menos. Para agradá-lo é preciso abrir mão de qualquer tentativa de agradá-lo – e começar a imitá-lo; para imitá-lo é necessário abrir mão de nossa tendência a enxergar
diferenças de mérito entre bons e maus, e passar a conceder a todos o mesmo improvável tratamento e as mesmas chances. É preciso aprender a dispensar nosso sol e nossa chuva sobre justos e injustos, sobre os que nos agradam e sobre os que nos odeiam, sendo nisso singulares como Deus é singular – santos como Deus é santo.

Para as pessoas que haviam feito de agradar a Deus sua vida, sua tese e sua profissão, a mensagem de Jesus era impensável escândalo. Os religiosos do tempo de Jesus acreditavam, como os de hoje, que o homem não deveria ser livre para não ter de agradar a Deus. Os riscos de tal liberdade eram incomensuráveis. O único modo de manter o homem seguro na senda da moral e da salvação, sabiam eles, era debaixo das rédeas seguras da religião.

Jesus por outro lado, não tinha uma palavra de condenação para oferecer aos corruptos, aos promíscuos, aos terroristas, aos militares da ocupação romana, às prostitutas, aos samaritanos, aos vendidos colaboracionistas, aos criminosos de colarinho branco, aos injustos, aos imorais, aos glutões, aos bêbados, aos mendigos, aos preguiçosos, aos violentos, aos pegajosos, aos irritantes e aos irritados e a todos os seus asseclas de todas as estirpes. Jesus não os condenava, não porque simpatizasse particularmente com a sua conduta, mas porque se condenasse a um teria de condenar a todos. Se todos recebessem o que mereciam, conforme refletiria Hamlet, ninguém escaparia ao açoite. Não há um justo, não há ninguém com uma ficha limpa. Nem mesmo um.


Se todos recebessem o que mereciam
ninguém escaparia ao açoite.


Como não há ninguém que possa levantar a mão dizendo que fez corretamente a lição, todos carecem e recebem o mesmo tratamento paciente do mesmo paciente Pai. Não adianta chamar de lado oferecendo maçãs, propinas, untuosos elogios ou longas orações. Estar na condição humana é estar embarcado num mesmo orgulhoso e precário Titanic, e para encontrar a paz é preciso primeiro reconhecer isso. É requisito encarar a dura e libertadora realidade de que você não é melhor do que ninguém e que carece da mesma misericórdia que todos os outros.

Para os pecadores sem máscaras é, curiosamente, mais fácil.

Significativamente, as palavras de condenação de Jesus estavam reservadas para os que apregoavam que as boas intenções da religião institucional eram a solução para o problema de garantir-se um lugar no bote salva-vidas do Titanic da condição humana – e tentavam impor austeramente essa solução sobre os outros.

Nenhuma noção parecia a Jesus mais odiável do que essa. Para Jesus, acreditar e agir como se a barganha da religiosidade pudesse de alguma forma garantir alguma cumplicidade com Deus não era apenas a maior impenitência de todas. Era a única.
“Aprendam o que quer dizer eu quero misericórdia e não sacrifício”, vociferava ele. E falava sério.


Por Paulo Brabo, retirado do site: http://www.baciadasalmas.com

CRIANDO FILHOS DO DIABO

Quanto mal há sobre a face da terra!

Ao viver 33 anos sobre esta terra, Jesus, ensinou o maior de todos os sentimentos: o amor. E mostrou claramente a importância do amor quando simplificou os mandamentos, orientando para que nós amássemos a Deus acima de qualquer coisa e ao nosso próximo como a nós mesmos. A essência deste ensinamento de Jesus é tão profunda que ao depararmos com os acontecimentos, vemos o quanto as pessoas o têm negado.

Os governantes não amam o povo que os elegeram, antes buscam seus interesses afim de resguardarem seus próprios egos e prazeres. E assim caminha toda a humanidade: Foi Saddam Hussein utilizando o gás sarin, contra os curdos, Bin Laden ordenando ataques com aviões comerciais contra prédios nos Estados Unidos, a guerra na antiga Iugoslávia, a briga entre protestantes e católicos na Irlanda, as batalhas infindáveis entre judeus e palestinos, os homens, mulheres e jovens-bombas espalhados pelo Oriente Médio, as guerras civis na África, os assaltantes de carro que arrastaram uma criança por 7Km pelas ruas do Rio de Janeiro, o empresário que engana afim de obter melhores lucros, a desgraçada lei predominante de levar vantagem em tudo...

Não. A serpente não apenas tentou e se consagrou vitoriosa no Éden, mas ela semeou sua semente no coração e na mente humana. O que vimos daquele momento até os dias de hoje é a proliferação descontrolada do mal.

Pior... se tornou muito pior. Quando Cristo morreu na cruz, Ele deu ao homem a graça de regenerar sua alma através da presença do Espírito Santo no espírito humano anulando a ação, até então eficaz, da serpente. E Jesus ensinou, mas o homem se colocou como o maior conhecedor para se alcançar a salvação eterna e transformou a Bíblia num meio lucrativo de satisfazer aos seus delírios.

A religião se tornou o caminho que leva a salvação, anulando a própria afirmação de Cristo que Ele era o Caminho. Com isto a religião elege santos em processos burocráticos humanos, transforma um simples ser-humano num ser infalível atestado através de documentação reconhecida, compra TV´s e rádios afim de propagarem as necessidades de seus egos de mostrar pra outra religião que se tornou ou se tornará maior.

A religião transformou o homem em dEUs. Senhor de seus próprios delírios que encontram guaritas na deturpação do Evangelho e na falta de conhecimento das pessoas. Estes homens-dEUs arrastam multidões, adoecem milhões através da implantação da auto-justificação que anula a Graça de Cristo e despreza todo o sacrifício de Jesus na cruz.

A obra inicial do diabo no Éden tem sua homologação na religião, seja ela qual for. Nela o homem se vê como juiz do seu próximo, como detentor da verdade e encontra espaço mais que suficiente pra se tornar um dEUs. A desgraçada tentação no Éden a bilhões de anos atrás ainda leva diversas pessoas a caírem na mesma arrogância, presunção e insanidade dos nossos primatas.

Não, estes homens não se enxergam como dEUs, mas também não enxergariam Jesus como mestre. São fariseus. São doutores da Lei. São a pedra-de-tropeço que permanece na porta não entrando e não deixando ninguém entrar. Pior... muito pior. São guias de cegos, como o próprio Jesus falou, guiando as mentes das pessoas para a satisfação dos objetivos que trafegam distantes daquilo que Jesus sempre ensinou.

O diabo instigou o homem com a tentação de se igualar a Deus. O homem não apenas se entregou a tentação, mas foi capaz de aprimorá-la, ao longo dos tempos, utilizando o próprio Evangelho, demonstrando que aprendeu bem com aquele que tentou a Cristo no pináculo do templo.

Os filhos de Deus não seguem uma religião a não ser o Evangelho. Não seguem a um deus que não seja Deus. Não anulam ou desprezam o sacrifício de Cristo na cruz que trouxe misericórdia, Graça e vida. No entanto a religião, ao longo dos tempos, tem produzido filhos, netos, bisnetos... do próprio diabo.


Um carinhoso abraço

Riva Moutinho
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sexta-feira, 13 de abril de 2007

CARTA DE UM APÓSTOLO A SEU BISPO


Paulinho, apóstolo pela unção do mover dos últimos dias, líder na prosperidade e na conquista, a Timmy, verdadeiro filho na obediência a tudo o que digo, e que nada tem a dizer em contrário, pois sabe que Deus fere a quem mexe com um ungido do Senhor — fé e obstinação neste ano de Elias e de Gideão, conforme a fé de Abraão, e o poder dos 318 na Fogueira Santa de Israel.

Quando eu estava de viagem, rumo à Disney, roguei que permanecesses ainda em São Paulo para admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina, nem se ocupem com sites sobre a Graça, que, antes, promovem discussões do que o serviço de nossa causa.

Ora, o intuito da presente admoestação visa levar todos ao temor e ao medo, ajudando-os a abandonarem suas próprias consciências a fim de seguirem apenas a nossa.

Desviando-se algumas pessoas de nossa Visão de prosperidade, quebra de maldiçoes, células e moveres, perderam-se em loquacidade frívola, pretendendo passar por mestres de uma “outra Visão de Deus”, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações, dizendo que estamos contra o que Jesus ensinou.

Sabemos, porém, que a Visão é boa, se alguém dela se utiliza de modo safo, tendo em vista que não se promulga a Visão para quem é lúcido de espírito, mas sim para gente fraca, infeliz, pagã de mente, cheia de tragédias, e, sobretudo, para todos quantos não se opõe à Visão Apostólica (que se sintam culpados o suficiente para fazerem o que mandamos), segundo o mover que recebemos, e do qual fui encarregado pelos Apóstolos do Brasil.

Sou grato para com aquele que me deu a Visão, que me considerou fiel, designando-me para o ministério,da expropriação indébita e da catividade dos homens, pois, se vão dar de dinheiro para alguma coisa, que seja então para nós, em cujas mãos o dinheiro terá bom uso.

A mim, que, noutro tempo, era frio, crente, amante da Palavra, mas pobre e derrotado, me foi dada a Visão.

Transbordou, porém, a PROPSERIDADE DE DEUS, e foi me deixando cada vez mais rico, conforme a fé de Abraão e as correntes de prosperidade que fiz.

Fiel é a palavra de DETERMINAÇÃO e digna de toda aceitação: que nós, os da Visão Apostólica, recebemos de Jesus Cristo o poder de falar e vermos as coisas acontecerem conforme o nosso COMANDO.

Mas, por esta mesma razão, me foi concedida a fé para prevalecer sobre os outros e ver meu ministério maior e mais poderosos, visto que de nada adianta a eternidade sem muito poder, dinheiro e fama no tempo presente.

Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos, por meio de nossa prosperidade e poder sobre os homens. Amém!

Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timmy, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate, que é arrancar dos ímpios a grana deles, até o fim; isso mantendo a determinação, pois, essa coisa de boa consciência é para crente à antiga, não para nós, que, pela Visão, fomos postos acima dessas coisas básicas; posto que os que não fazem como nós fazemos, estarão sempre sem prosperidade ministerial e na vida pessoal.

E dentre esses se contam Caio, Brega, Marcelo, Chico e outros; os quais entreguei a Satanás para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem contra a Visão.

Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de correntes, de campanhas, de dias especiais de prosperidade em favor exclusivamente dos que, indo, sempre deixam dinheiro para a Visão.

Não se esqueça que nossa prioridade é conquistar o Brasil, tendo os governadores, deputados, presidentes e demais autoridades em nossas mãos; sim, todos os que se acham investidos de autoridade; para que vivamos vida rica e abastada, ainda que percamos a piedade e o respeito.

Isto é bom e aceitável diante de mim, que sou o Pai da Visão.

Ora, é meu desejo que todos os homens sejam envolvidos em nossos grupos e células, até que todos sejam como eu e conforme o nosso Curso Acerca da Visão e dos Moveres.

Porquanto há uma só Visão e uma só mediadora entre Deus e os homens, a nossa Visão e a freqüência às nossas campanhas e Fogueiras Santas; a qual, a Visão, tem o poder de fazer todos os homens ficarem ricos, e assim, darem mais para nós.

Para isto fui designado Profeta e Apóstolo (afirmo a verdade, não minto), mestre dos crentes inseguros na fé e na verdade (melhor público alvo para nós!).

Quero, portanto, que os homens dêem muito, enquanto levantam as mãos nos cultos, ainda que com ira e animosidade.

Da mesma sorte, que as mulheres, em traje de peruas, se ataviem com opulência, com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, sem esquecer de darem esmolas para as creches fantasmas que criamos (como é próprio às mulheres que professam ser da Visão).

A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão, pois o que lhe cabe é contribuir; a menos que ela venha a tornar-se uma Bispa da Visão.

Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja; pois, por meio dele, pode-se ficar rico e poderoso.

É necessário, portanto, que o bispo seja malandro, safo, aparentando ser esposo de uma só mulher, destemperado, expansivo, capaz de se gabar da Visão, sem muita sensibilidade, apto para enganar; dado ao vinho pra esquentar antes de entrar no palco, violento se necessário, porém com cara de bonzinho; ainda que goste de contendas, seja avarento. É muito importante, todavia, manter as aparências, por isto, ele deve ser alguém que mostre governar bem a própria casa, criando os filhos na igreja e na Visão, com toda a aparência de coisa boa (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da minha igreja e da minha Visão?); que seja jovem a fim de impressionar, pois há grande poder na soberba de um jovem imaturo e cheio de cobiça conforme o espírito de nossa Visão.

Também é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora como comunicador e homem de marketing, a fim de dar volta até no diabo. Ou seja, Timmy: procuramos camelôs que percebam a vantagem da Visão!

Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a porta da Visão da Prosperidade.

Ora, em nossa conferencia da Visão determinamos expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, seguindo a Graça de Deus, a qual, não existe como eles falam, sendo apenas algo liberado por um Apóstolo credenciado por mim, o Pai da Visão.

Eles agem assim pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem as correntes santas, as barganhas, o lucro vindo dos dízimos, coisas que Deus criou para nós, os da Visão; pois todo dinheiro é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, nem que antes se tenha dar uma lavada nele, porque, pelas nossas campanhas e projetos, até o dinheiro do tráfico é santificado.

Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro da Visão, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido.

Mas rejeita as fábulas profanas e de gente que vem com aquela velha história da Graça de Deus. Exercita-te, pessoalmente, no orgulho, nas riquezas, na vida abastada e poderosa; pois, elas sim, têm grande proveito.

Pois o exercício na Palavra, como eles dizem, para pouco é proveitoso, mas as campanhas da Visão para tudo são proveitosas, porque tem a promessa da vida próspera aqui e agora.

Fiel é a Visão e digna de inteira aceitação.

A Prosperidade, a riqueza, os poderes humanos sejam contigo aqui e agora!

Eu, Paulinho, abençôo-te com a minha unção de nobreza, para que tua cara seja mais forte que o diamante, a fim de que, questionado, tu nunca desistas da Visão de Prosperidade e Riqueza que aprendeste de mim.
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Caminho da Graça
Estação Belo Horizonte

quinta-feira, 12 de abril de 2007

PRECE

Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo.

Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.

Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.

[...]

Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar.

Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.

Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.


Fernando Pessoa

PALCO DA VIDA

Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo.
E você pode evitar que ela vá à falência.
Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.
Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para falar "eu errei".
É ter ousadia para dizer "me perdoe".
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você".
É ter capacidade de dizer "eu te amo".
É ter humildade da receptividade.
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece.
Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um obstáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.

“Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”

Fernando Pessoa

Este poema me silenciou a alma...
Lindo!
Verdadeiro!
Palavra!
Fiquei aqui em reverência silenciosa...
“A alma humana é um manicômio de caricaturas!”
Chico.

A MARCA DOS PREGOS

A arrogância é um dos grandes males da dinâmica de funcionamento do mundo contemporâneo. Na verdade, a arrogância foi sempre um grande veneno destruidor da vida em todos os tempos. É um elemento deletério que decompõe as relações desde o mais recôndito dos lares, incluindo a deterioração das mesmas nas comunidades de fé, até chegar aos absurdos de tudo o que se pratica nas instituições sociais e políticas numa sociedade. A arrogância destrói o tecido de toda subjetividade, alimentando polarizações horrorosas, dando sustento à existência dos dominadores, dos insatisfeitos, dos que vivem com o coração cheio de amargura, envenenando tudo com seu pessimismo e maledicências, e dos incapazes para compreender a vida para além dos seus próprios interesses e das suas estreitezas egoístas.

Esse é um veneno que facilmente fermenta os corações, engendrando e justificando opções cristalizadas e absurdas, desde as perversidades domésticas até as que mantêm acesas as chamas das guerras e das lutas fratricidas. Não é outra a raiz de tanta violência no cenário atual e da indiferença que incapacita o desabrochar de comprometimentos solidários e altruístas na reconstrução e promoção da vida. A arrogância é que desconfigura o sentido de limite, reduz e destrói a verdade do amor e torna incompreensível o sentido intocável do outro. Na arrogância está a mesma raiz, pois, dos crimes hediondos dos criminosos perversos, assim como aqueles dos pivetes desorientados e sem rumo, bem como os absurdos cometidos pelos colarinhos brancos, na manipulação de informações e de funcionamentos, gerando a corrupção e justificando a escolha arbitrária de prioridades, com um conseqüente comprometimento do bem comum. A arrogância é o reverso da fé e do amor verdadeiro.

A Paixão e Morte de Jesus desarticularam o caminho dos seus discípulos. Não foram capazes, por si mesmos, de alcançar o sentido daquela oferta. Depois do acontecimento trágico da morte do Mestre, eles fecharam-se em casa cheios de medo. O medo, misturado com a arrogância presente no tecido da subjetividade, pode levar às irracionalidades de falas e de procedimentos comprometedores na vida de todos. Tomé, um dos doze discípulos, não estava com o grupo, narra o evangelista São João 20, 24-29, quando Jesus, ressuscitado, vivo e vencedor da morte, viera estar com eles, reunidos a portas fechadas por medo. Jesus entrou, pôs-se no meio deles, dizendo: “A paz esteja convosco”. Soprando sobre eles, deu-lhes o Espírito Santo, e eles alegraram-se por verem o Senhor. Uma alegria nascida da experiência de um encontro pessoal na comunidade reunida, pela força amorosa do Espírito de Deus recebido. Ausente da comunidade, por isso mesmo não-destinatário do dom do Espírito de amor, que faz compreender tudo e romper o território do medo que incapacita para a generosidade do amor, Tomé revela sua arrogância quando ouve o testemunho dos seus companheiros discípulos. Os outros discípulos contaram-lhe tudo, testemunhando que viram o Senhor. Uma experiência de amor no encontro fecundado pela força de uma presença. Tomé não titubeia para dizer o que disse. Só a arrogância obscurece tanto a mente e situa na escuridão o coração, confundindo a inteligência na consideração de dados, na credibilidade a ser dada à palavra do outro e no sentido de respeito à realidade. Tomé diz: “Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.

Entende-se que toda arrogância nasce da falta de amor e da eleição de si mesmo como referência máxima de todo critério de juízo e avaliação das coisas e dos outros. Quem alcança o lugar da arrogância é capaz de dizer qualquer coisa, sem nenhum sentido de limite. No coração do arrogante não reside a compaixão. É um desalmado que pode destruir tudo com o gosto que tem pela maledicência e pela polarização de suas convicções, justificando suas intenções, suas metas e desejos. Na verdade, a arrogância, nos atos e nas palavras, perdendo todo sentido de respeito e comunhão, é uma delinqüência. Uma delinqüência que vai corroendo e comprometendo os andamentos da vida, sem termo, até chegar ao absurdo dos suicídios, nas opções paulatinas de destruição ou nas escolhas que geram as fatalidades irreversíveis que estão manchando cenários e a vida de tantas pessoas.

Por isso mesmo, os calvários estão multiplicando-se nos cenários da humanidade; novos holocaustos estão surgindo, e os corações estão tornando-se um verdadeiro inferno, incapacitados para a alegria da comunhão fraterna, o gosto pela cooperação e a gratuidade no desfrute do outro como dom e não como adversário e concorrente. Só há um remédio para curar tão grande mal, incrustado no coração humano: compreender a grandeza da oferta de Cristo Jesus, celebrar sua Páscoa e viver da força do seu amor.


Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

Fonte: Jornal de Opinião - 9 a 15 de abril de 2007 - nº 932 - Ano 19 - Caderno “Tua Palavra” - p. 12

quinta-feira, 5 de abril de 2007

DEIXA IR OS MEUS MÚSICOS!

[por Guilherme Carvalho]

Uma das maiores necessidades da igreja brasileira hoje é a de música cristã profana. Precisamos de música cristã que não fale de Deus. Não que falar de Deus não seja importante; mas às vezes tenho a impressão de que falamos demais de Deus, quase a ponto de tomar seu nome em vão. Falamos tanto porque estamos preocupados com a sua ausência; será que falamos para ocultar a sua ausência?

Falar de Deus é essencial: “como crerão, se não ouvirem?”. Tão importante quanto falar sobre Deus, no entanto, é falar a partir de Deus; e quando falamos a partir de Deus, não precisamos, necessariamente, usar o nome de Deus – o livro de Ester conta uma belíssima história sem usar o nome de Deus nem uma única vez, e essa história se tornou parte do cânon judaico-cristão, como narrativa divinamente inspirada.

A questão, pois, é se temos a graça de contar a história do modo correto, de narrar a vida sob a luz do evangelho. Precisamos de música que não fale de Deus, mas que fale a respeito da vida, das flores, do amor, da política, e das crianças, sob a luz do evangelho; precisamos de música que fale sobre o mundo, mas a partir de Deus.

Além disso, precisamos de música, simplesmente. Música que signifique Deus por sua beleza, e que mostre a sua glória sem palavras. A música pode ser narrativa, mas não precisa ser – a música não precisa de justificativas além da sua própria existência porque, afinal, Deus não precisa dar explicações sobre a razão de sua criação. Quem pode pôr em dúvida a beleza da música? Quem pode pôr em dúvida o amor do homem pela beleza da música? E quem pode pôr em dúvida a origem divina de toda boa dádiva, e de todo dom perfeito?

Quem és tu, ó pastor evangélico, para discutires com Deus? Pode a coisa feita desafiar seu Criador, perguntando-lhe: “Por que me fizeste assim?” Ou terás a ousadia de reprovar o inventor da beleza, por ter criado homens que amam a música pela música, mesmo quando não tem uma razão bíblica para desfrutá-la? Acusarás a Deus de ser o tentador do homem? Atribuirás a Satanás a arte de Mozart, de Wagner ou de Villa-Lobos? Consumados estes absurdos, que mais restará senão reprovar também a beleza das flores e o canto do sabiá? Por causa de Israel o nome de Deus foi blasfemado entre os gentios; mas por causa de ti a música cristã afunda nas trevas da feiúra estética.

Não me esqueço do dia em que um diácono da minha igreja – um homem grande, sério, que detestava livros mais do que qualquer coisa na vida – me chamou para uma conversa séria, “de homem pra homem”. Este diácono – não sei se no corpo ou fora do corpo, Deus o sabe – me aconselhou a desistir de ser músico profissional. “Porque” – dizia ele – “este meio artístico é muito sujo... Tem muita p., e um crente verdadeiro não se mete com p. Quando tem muita p. num lugar a gente tem que sair”. E, de fato, eu saí rapidamente de perto dele. Acho que em poucas ocasiões eu ouvi tantas vezes a palavra "p...".

Os músicos cristãos precisam de libertação – não da música “do mundo”, mas da música “da igreja”. Precisam ser libertados do jugo dos pastores e dos crentes legalistas, que exigem qualidade nas noites de domingo, mas que proíbem estes músicos de se profissionalizarem, e fecham o mundo da música a uma ação cristã redentiva.

Guilherme Carvalho (ele foi meu professor na FATE-BH).
Mineiro, casado com Alessandra Carvalho, pai de duas meninas (Ana Elisa e Helena), mestre em Teologia e Ciências da Religião, coordenador da Associação Kuyper (AKET) e membro do grupo Pro-L'Abri Brasil.


CAIO NA ESTAÇÃO BH


Caio, agradecemos de todo coração a tua vinda à Estação BH! Obrigado, meu amado amigo!
Chico e os filhos da Revolução do Evangelho.
Estação BH


VOCÊ É BEM VINDO À ESTAÇÃO

Todos os dias é um vai-e-vem

A vida se repete na Estação

Tem gente que chega pra ficar

Tem gente que vai pra nunca mais

Tem gente que vem e quer voltar

Tem gente que vai e quer ficar

Tem gente que veio só olhar

Tem gente a sorrir e a chorar

E assim, chegar e partir são só dois lados da mesma viagem...

A plataforma dessa Estação é a vida desse meu lugar

A RESSURREIÇÃO E A ÉTICA HUMANA



I Co 15 — Faça a leitura de todo o capítulo.

Paulo disse que sem a ressurreição de Jesus é vã a nossa pregação e vã a nossa fé. Além disso, afirmou ele, pregando a ressurreição, estamos dando um testemunho mentiroso acerca do que Deus fez—se é o caso de Jesus nunca ter ressuscitado—; e conclui dizendo que sem essa esperança o existir cristão remeteria o ser para a mais infeliz de todas as vidas.

A fé na ressurreição quando desaparece produz a pior de todas as experiências de existência: a do ser que não tem mais nenhum engano de transcendência que o faça suportar o absurdo da vida!

Nesse caso, o segundo estado, também, torna-se pior do que o primeiro.

O que sobra se Cristo não ressuscitou?

Nada! mas para os esperançosos aqui vai o melhor cenário:
1. Uma crença num poder supremo.
Mas tal poder não merece ser objeto de nenhuma preocupação. Afinal, quem é Ele para demandar amor se jamais demonstrou Seu amor para conosco? Um Deus que não tenha se encarnado, morrido e ressuscitado pela consciência de culpa dos humanos e pela redenção da natureza, não tem o que dizer aos humanos—os humanos é que têm o que dizer a ele.

2. Uma total falta de referência ética para atribuir valor a qualquer que seja o ato.
Se Cristo não ressuscitou, então não há nada além da história e nem há nenhuma esperança de redenção para a natureza. O melhor que os humanos podem fazer é diminuir o risco de extinção mediante a pratica de leis e o uso de tecnologias menos danosas ao meio ambiente.

No mais, não há razões além das pragmáticas para se fazer qualquer coisa pela Terra.

Qualquer ato de utilitarismo natural—atos predatórios—não pode ser julgado.

Não há referencias que sejam diferentes das de mergulhadores que estando definitivamente condenados à morte em três horas, dentro de uma bolha, a mais de quatro mil metros de profundidade, começam a matar quem usa mais oxigênio que os demais.

Trata-se da aplicação do tempo de sobrevida como único critério ético.

O que vale na Terra hoje é menos que isto.

Um exemplo disso só pode ser entendido pela seguinte caricatura: o criminalização do usuário de drogas.

Há propagandas sendo veiculadas na televisão que tratam o assunto das drogas transferindo a responsabilidade pela violência para o consumidor.

Bonita propaganda.
Belo conceito.
Mas nada além de belo.

Não suportaria dois argumentos: o primeiro é que o dependente é dependente. O segundo é que a se seguir essa lógica não se pode mais ligar o carro, pois tal ato desencadeia guerra, queima da camada de ozônio, aquece a terra e apressa o fim.

Aplicando-se a mesma lógica, a culpa pela guerra no Iraque e pelo desgelo polar é sua.
Não use mais carro, avião ou qualquer outro meio de transporte.
Não acenda mais a luz.
Não tenha mais geladeira, nem micro-ondas e nem beba coca-cola.
Não assista mais televisão e não respire muito—pode acabar o ar antes da hora!

Sem que Cristo tenha ressuscitado dentre os mortos não há qualquer referencia ética para qualquer cuidado amoroso para com nada na criação.

Comamos, bebamos, transemos à vontade, tomemos todas, possuamos tudo, cometamos o que desejarmos—afinal, tudo é a mesma coisa: é apenas uma questão de tempo e o ar vai acabar mesmo.

O usuário é sempre o culpado. Mas quem não é usuário da morte num mundo que jaz no maligno?

Se pegarmos qualquer que seja produto de consumo ou objeto—ou mesmo idéia—e a levarmos até as últimas conseqüências, nenhuma dessas coisas deixa de ter sua origem naquilo que chamamos de fruto do pecado.

Digo: não a coisa em si. Mas seu uso passa por todas as mãos e a chegada do produto limpo e acabado em nossas mãos, não poupou inúmeras outras mãos que se sujaram para que a sua continue supostamente limpa.

A cadeia da contravenção costuma punir apenas a parte mais frágil e óbvia na escala de diluição de responsabilidades.

Isto se Cristo não ressuscitou!

Para muita gente Cristo não ressuscitou mesmo!Então, vivamos com as conseqüências, macha e bravamente. Sem resmungos e sem “ais”.

Afinal, se Cristo não ressuscitou, não há o que perder, não há o que esperar, e não há porque viver—no máximo pode-se auto-impor a ilusão do existir.

Sem ressurreição o que sobra é a lei da entropia: tudo vai passar e não haverá Palavra de Deus que permaneça para sempre.

Concluir assim é também mais que lógico.

Afinal, qualquer um que fosse esse tipo de Deus nesse mundo--a tal força superior--, não saberia que era Deus—portanto, não existindo para si mesmo, não existe para mais ninguém.

A Boa Nova, porém, assim diz: Aquele que crê em mim, ainda que morra viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá eternamente—disse o Senhor da Ressurreição.

Quem não crer, se vire.
Quem crê tem a vida eterna.

E na Terra só dá para viver se se tem a vida eterna. Do contrário, temos que admitir que seria insuportável. Pelo menos para quem já não tem ilusões.

É só o que tenho a dizer.

Caio Fábio

08/11/2003

 
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