segunda-feira, 30 de junho de 2008

Por que Escrevo sobre Religião

Por Rubem Alves

FONTE: Folha de S.Paulo, em 29 de abril de 2008

Uma leitora me perguntou: "Por que é que você, professor universitário, escritor, gasta tanto tempo com essas coisas da religião?" Ela pensava que eu, havendo lido Marx, Freud e Feuerbach, deveria dar um uso mais científico ao meu tempo e ao meu pensamento.

Minha resposta é simples: gasto o meu tempo com os sonhos das religiões porque, como disse Shakespeare, nós somos feitos de sonhos. A história é feita com sonhos. Todas as coisas materiais que fazem a vida da civilização são feitas com sonhos. Escrevo sobre a religião num esforço para acordar os que dormem.

Lembro-me da propaganda de um carro que vi, faz muitos anos, numa revista americana: era um conversível vermelho, sem capota, parado num bosque. Não há ninguém no carro, e as duas portas estão abertas.

A sedução -o motivo comercial para seduzir o leitor a comprar- se encontra precisamente naquilo que não se encontra na cena, mas apenas na imaginação. Se as duas portas estivessem fechadas, a mensagem seria simplesmente o carro vermelho sem capota. Se só a porta do motorista estivesse aberta, a imaginação completaria a cena: ele deve estar atrás de uma árvore fazendo xixi.
Mas as duas portas foram deixadas abertas. As pessoas que ocupavam o carro estavam com pressa. A imaginação não tem alternativas, as imagens se impõem: um homem e uma mulher. Onde estarão eles? Fazendo o que? Bem dizia Bachelard que aquilo que se vê não pode se comparar com aquilo que não se vê. Quem bolou essa propaganda genial sabia que a alma é feita de sonhos.

Veblen, economista, também conhecia a alma humana e por isso declarou que não compramos "utilidades", coisas práticas, materiais. Compramos símbolos.

Isso que vou contar aconteceu no tempo em que a televisão fazia propaganda de cigarros. Cena silenciosa, sem uma única palavra: um bosque de pinheiros... Eu amo a natureza, amo os pinheiros, o perfume da sua resina. Os pinheiros cedem lugar a um regato de águas frias e cristalinas que corre sobre pedras. Eu também amo os regatos de águas frias e cristalinas. Uma campina verde florida. Minha imaginação sugeriu logo que deveria ser capim gordura com o seu perfume único o que me levou para a minha infância em Minas. Cavalos selvagens em galope, pelo negro brilhante. Estava certo o presidente João Batista Figueiredo quando disse que o cheiro dos cavalos suados era melhor que o cheiro de gente suada. Leonardo da Vinci declarou que os cavalos são os animais mais belos depois dos homens. Cheguei a imaginar que seria possível produzir um perfume másculo extraído do suor dos cavalos. Nenhuma mulher o resistiria!
Aí entra o rosto de um vaqueiro, maxilar de noventa graus, barba de um dia por fazer -homem que é homem não se barbeia todo dia, isso é coisa de executivo-, com um cigarro entre os dedos, estilo Humphrey Bogart e as palavras, as únicas palavras: "Venha para o mundo de Marlboro!" Não, ninguém está falando em fumar! Está se falando de um mundo de pinheiros, regatos, campinas, cavalos -tudo isso faz parte do sonho que mora nas espirais de fumaça da imaginação...

O conversível vermelho com as duas portas abertas e o mundo de Marlboro pertencem ao mundo das fantasias religiosas. São sacramentos. Porque sacramentos são todas as coisas feitas com uma mistura de matéria e símbolos.

Você entende agora porque eu penso e escrevo sobre religião?

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Sem palavras

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Leão, a Pastora e o Futebol

Por Riva Moutinho

A pastora-do-leão-de-quatro voltou... aliás, ela continua com a cabeça no leão... ou seria o leão na cabeça? Enfim, a pastora parece ter gostado da idéia de colocar na internet o seu diário pessoal. O interessante é que apenas comentários a favor são publicados. O que houve com o contraditório?

Depois de imitar, segundo ela, um leão no palco que mais parecia uma pessoa procurando sua lente de contato pelo chão, Ana Paula Valadão continua a criar coerências que apenas sua mente e a de seus fãs acham normais; as quais só posso concluir que devem agitar a alma de Freud, esteja lá onde ela estiver.

No último texto que comentei dela, tentei comentar cada parágrafo, o que não me foi possível tendo em vista tamanho disparate presente. Neste gostaria apenas de comentar dois pontos, uma vez que não há em mim nenhum apreço por tal literatura (se pudermos chamar a isto de literatura).

quinta-feira, 19 de junho de 2008

DÁ A ELE OU DÁ NELE?

Por Caio Fábio

Jesus ensinou que a quem tem a esse se lhe dará ainda mais, pois, algo [corpo ou qualquer forma de existência] sempre exerce força de atração ou é atraído por outro algo equivalente ou de natureza semelhante.

Ora, tal princípio vai das essências de todas as formas de existência, passando em nossa dimensão pelas partículas subatômicas, construindo o átomo, os corpos, as massas, as energias, indo às estrelas, galáxias e mundos diversos.

A Revolução da Vida...


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domingo, 15 de junho de 2008

Testemunholatria

Por Carlos Bregantim

O testemunho pessoal sempre foi um item relevante na caminhada de um cristão. O testemunho natural, aquele que acontece no cotidiano. O caminhar de um cristão pela vida necessariamente gera fatos que se tornam relevantes e aí está um testemunho. Sim, neste caminhar na vida, em alguns momentos podem acontecer fatos mais extraordinários que poderiam ser chamados até de milagres. Estes fatos, dependendo da importância que têm para cada uma das pessoas que os vive, acabam sendo relatados, ou, por si só, isto é, o fato, aparece sem que seja necessário que se fale dele.

Na verdade os melhores testemunhos são aqueles que aparecem naturalmente. Fatos que acompanham a vida de um cristão. Presença, palavra, atos, gestos que em sendo o normal de um cristão, ganham visibilidade e se tornam incentivos aos que vêem, em viver do mesmo modo e influenciarem seus contextos de vida. O tal testemunho de vida é algo na verdade muito bem-vindo e deve fazer parte do caminhar de um ser humano visitado pela graça de Deus, e por isto entende que deve viver servindo ao mundo e a Deus. Este ser humano pode ser chamado de cristão, pois, cristão é um ser humano que, por ter se encontrado com Cristo, se olha e olha o mundo com lentes graciosas.

terça-feira, 3 de junho de 2008

O Evangelho dos Evangélicos

Por Ed René Kivitz

“Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” [Jesus Cristo]

Estou convencido de que um é o evangelho dos evangélicos, outro é o evangelho do reino de Deus. Registro que uso o termo “evangélico” para me referir à face hegemônica da chamada igreja evangélica, como se apresenta na mídia radiofônica e televisiva.

O evangelho dos evangélicos é estratificado. Tem a base e tem a cúpula. Precisamos falar com muito cuidado da base, o povo simples, fiel e crédulo. Mas precisamos igualmente discernir e denunciar a cúpula. A base é movida pela ingenuidade e singeleza da fé; a cúpula, muita vez é oportunista, mal intencionada, e age de má fé. A base transita livremente entre o catolicismo, o protestantismo e as religiões afro. A base vai à missa no domingo, faz cirurgia em centro espírita, leva a filha em benzedeira, e pede oração para a tia que é evangélica. Assim é o povo crédulo e religioso. Uma das palavras chave desta estratificação é “clericalismo”: os do palco manipulando os da platéia, os auto-instituídos guias espirituais tirando vantagem do povo simples, interesseiro, ignorante e crédulo.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Mensagem do Pr. Caio Fábio

A História Contemporânea dos Evangélicos no Brasil

 
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