segunda-feira, 27 de junho de 2011

A CADEIA ESPIRAL DA VIDA




A vida acontece em espiral.

Há duas maneiras de mostrar o sentido desta tese.

Uma é aquela que vai de dentro para fora, e outra, a que vai de fora para dentro.

A que vai de dentro para fora é, na Física, aquela que iria das partículas subatômicas às galáxias. Na Biologia, iria do DNA a todo o sistema de condução e armazenamento de energia vital evolutiva. Na Consciência, iria dos olhinhos de redemoinhos do Inconsciente aos turbilhões do Consciente, que sobe ou desce na escada espiral de apropriações de percepções, sempre em espiral. Na História,  seria a evolução progressiva de acontecimentos que começam com a vontade de um indivíduo e cresce como a história cresce, espiraladamente, na direção da macro História. E na Revelação, iria do íntimo ao Cósmico e além — sempre de fé em fé, mas numa espiral.

A via que vai de fora para dentro segue o mesmo padrão, porém no sentido inverso — obviamente em espiral. Este é o desenho da vida — até nas impressões digitais ou nas palmas das mãos. Até a água sabe disso: os pólos mudam o sentido em que a água faz a volta na pia de seu banheiro quando cai da torneira no ralo, dependendo de em que hemisfério do planeta você esteja — mas é sempre queda retorcida em espiral.

Há uma espiral na criação. Deus faz da espiral do redemoinho das existências a vida, a consciência, a história e a revelação acontecerem. Mas Deus é maior que o espiral. O espiral é a vida... Deus é Vida.

Na consciência, a escada das percepções é também espiral: no andar de cima, você sempre enxerga onde esteve antes, na mesma seqüência, sem incoerência, no andar de baixo. Você vai tendo visões de você mesmo antes, quando o espiral da vida passa por aquela posição, mesmo que você já esteja muitos níveis acima naquela progressão. A mémoria é cumulativa, mas a apropriação da cosnciência sempre aguarda que você veja como memória quando você mesmo esteve, andares abaixo, passando naquele mesmo lugar existencial.

Então você se enxerga... E cresce. Ou não. Pode até ficar com raiva.

A história não é circular e nem linear; ela é espiralada na horizontal do tempo.

A revelação é vertical e interior, mas se expressa na história como a história é: progressivamente espiralada no horizonte do tempo.

Deus não é espiralado. Espiralada é a vida, para o bem ou para o mal.

Deus é reto? Ora, é só uma maneira linear de dizer o que palavras não dizem.

Deus é! "Eu sou é o meu nome" — diz Ele de si mesmo.

A humildade recomenda que a teologia pare aqui. O que passar disso é pecado.

Isto é só um ensaio do ensaio. Mas não saio dele.

Caio

26/01/2004

terça-feira, 7 de junho de 2011

DEUS É! — E AÍ?



A frase “Deus é”, diz tudo. Eu uso muito essa frase por absoluta convicção de que, acerca de Deus, não há outro modo melhor de “dizê-Lo”.

Que tenho eu a dizer acerca de Deus, se não que Ele é?

Quando eu era mais jovem ficava lendo as teologias sistemáticas e as dogmáticas e me perguntava: Por que será que eles perdem todo esse tempo falando de Deus ao invés de refletir sobre o homem?

Isto porque, para mim, desde a infância na fé, Deus jamais poderia ou poderá ser objeto de estudo. Deus é para ser conhecido, jamais explicado. Pois no dia em que melhor se o explica, nesse mesmo dia mais se o desconhece.

Ora, o estranho é que quanto mais Ele se revela a você—em você—, menos você tenta explicá-lo, e mais você o conhece.

Parece para mim que toda tentativa de explicar Deus revela a nossa ignorância sobre Deus. Esse “Deus objeto de estudo” é apenas a alma humana; e os “mistérios de Deus” a serem estudados pelo homem, é apenas o inconsciente humano.

Para mim, assim fica mais verdadeiro e mais prático.

Se eu passo a chamar a teologia de uma psicologia dos arquétipos do sagrado no homem, estou em muito melhor caminho do que quando pretendo que os estudos teológicos sejam sobre Deus.

Não! eles não são! Teologia é projeção do homem, apenas isto. Portanto, quem desejar se conhecer melhor um pouco, veja sua própria elaboração teológica, posto que a teologia é apenas a construção de um nicho psicológico no qual colocamos, de modo entronizado, a divindade que nós criamos. Esse é o último altar a ser derrubado!

Ora, o fato de eu ter sido criado à imagem e semelhança de Deus me dá um ponto de percepção de Deus em mim, mas ainda não é o conhecimento de Deus.

Daí a teologia ser apenas uma psicologia que toma os “arquétipos sagrados” e elabora uma “projeção de Deus” como se fosse uma revelação do próprio Deus.

É apenas em mim que eu conheço a Deus, mas não é à partir de mim, posto que a revelação do Deus que é, me silencia justamente porque não é uma elucubração minha.

O Deus elucubrável é apenas a minha psicologia transferida para Deus, pois não tenho coragem de dizer que quando falo Dele, estou, quase sempre, apenas falando de mim.

Assim, eu enxergo melhor a mim mesmo quando eu me pergunto: Como eu sinto e interpreto Deus em mim?

Quando eu respondo sinceramente essa pergunta estou fazendo uma confissão de como eu projeto Deus. Ou seja: de como Deus é sentido à partir de mim. Mas quando eu não tenho nada a responder, estou, pelo silencio, fazendo a confissão que só pode fazer quem conhece a Deus, posto que todo aquele que o conhece sabe Dele apenas como aquele que é. Portanto, para além da discussão!

Ora, esse Deus que é, não agrada, porque não serve aos propósitos da teologia. Isto porque acerca Dele não há comentários a escrever. Esse Deus que é, não está em nenhum processo em-si. Ele é.

É sem dúvida que esse fato de se ter apenas o Deus que é, nos deixe muito desconfortáveis, posto que preferiríamos “um Deus em processo”; e, portanto, aberto para ser moldado por nós.

O Deus que é, todavia, é o Alfa e o Ômega, o Principio e o Fim. Ele é. E se Ele é, o que me cabe é amá-Lo. Não me cabe entendê-Lo. É meu dever crer Nele, não tentar dissecá-Lo.

Ora, esse Deus não estudável é insuportável, pois com Ele tem-se que viver exclusivamente pela fé.

De fato, só existe teologia porque não há conhecimento de Deus. E só existem as dogmáticas e as sistemáticas porque não há fé.

Mas não é a fé que fixa Deus. É Deus quem fixa a fé. Deus não decorre da fé, mas a fé sim, decorre de Deus.

Isto é temor do Senhor. E a intimidade do Senhor é para aqueles que o temem!


Caio


04/02/2006

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O CAMINHO DA CONSCIÊNCIA ADULTA EM CRISTO



A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei. De fato: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

O amor não faz mal ao próximo. De modo que o amor é o cumprimento da lei.

E isso fazei, conhecendo o tempo, que já é hora de despertardes do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando no início cremos.

A noite é passada, e o dia é chegado; dispamo-nos, pois, das obras das trevas, e vistamo-nos, pois, das armas da luz. Assim, andemos honestamente, como de dia: não em glutonarias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e inveja.

Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais energia para dedicar às animalidades do desejo...sejam os excessos do corpo ou as arrogâncias do espírito: tudo isso é carne!

Ora, ao irmão que é fraco na fé e na consciência, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos; ou seja: a fragilidade da consciência.

As pessoas estão em níveis diferentes de entendimento e maturidade. Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, crê que só pode comer legumes.

Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus a todos acolheu!

Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar.

Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. A fé nasce e cresce na consciência.

Aquele que faz diferença entre dia e dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.

Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor.

Porque foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.

Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão?

Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus.

Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua louvará a Deus.

Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.

Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes o seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão.

Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para esse é imundo.

Mas se pela tua comida se entristece teu irmão, e insistes em chocá-lo, já não andas segundo o amor. Não faças perecer por causa da tua comida ou bebida ou outras opiniões aquele por quem Cristo morreu.

Não seja pois censurado o bem da vossa liberdade; porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo.

Pois quem nisso serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens.

Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua.

Não destruas por causa da comida a obra de Deus. Na verdade tudo é limpo, mas é um mal para o homem dar motivo de tropeço pelo comer.

Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece.

A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.

Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.

Ora nós, que somos maduros de consciência, devemos suportar as fraquezas dos imaturos, e não agradar a nós mesmos apenas para provar que eles são crianças na fé e na consciência.

Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo, visando o que é bom para edificação.

Porque também Cristo não se agradou a si mesmo, mas como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.

Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança.

Ora, o Deus de constância e de consolação vos dê o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que unânimes, e a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu, para glória de Deus.

Paulo

 
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