terça-feira, 29 de abril de 2008

Gente nova, mundo novo.

Por Ariovaldo Ramos

“Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. Pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes. E logo os chamou. Deixando eles no barco a seu pai Zebedeu com os empregados, seguiram após Jesus”. Mc 1.16-20

Jesus chama homens de seus ofícios para serem pescadores de homens.

Eles eram pescadores por profissão, sabiam tudo sobre o seu ofício: reconhecer quando era tempo bom para a pesca; localizar cardumes segundo espécies; enfim, nada havia de secreto no mar e no caminho dos peixes para eles.

Jesus os chama para fazer o mesmo em relação aos seres humanos: conhecê-los como conheciam aos peixes e ao seu “habitat”.

Agora eles vão pescar pessoas, e há que conhecê-las e às suas circunstâncias, para tanto.

Então, Jesus, antes de tudo, chama pessoas, para serem seus alunos, com objetivo de os apresentar a seres humanos, de ensinar-lhes sobre a sua espécie, para que a compreendam e, portanto, se compreendam em suas circunstâncias, para que possam entender a beleza e a tragédia humana.

E essa é a missão: trazer as pessoas desta angústia para a possibilidade da beleza plena, como indivíduos e como sociedade.

Jesus os chama para serem solidários, para se reconhecerem no próximo e por ele se responsabilizarem - para se verem como parte da grande comunidade humana.

Nesse chamado não há etnocentrismo – pescadores de homens – de todos os membros da única raça que existe: a raça humana.

Os alunos de Jesus serão capazes de reconhecer os seus semelhantes em sua dor, em seu sofrimento, em suas circunstâncias.

Os alunos de Jesus, pela graça, pescarão pessoas da situação em que se encontram para que sejam tornados protagonistas da própria história, e agentes de mudança das circunstâncias que geraram, ou em que foram aprisionados.

Sem novo ser humano não há mundo novo. Os que se esqueceram disso levaram uma surra da história.

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