Em uma noite tempestuosa de outubro, numa igreja nos arredores de Mineápolis, centenas de cristãos se reuniram para um seminário de três dias. Comecei com uma apresentação de uma hora sobre o evangelho da graça e a realidade da salvação. Usando a Escritura, histórias, simbolismo e experiência pessoal, enfoquei a completa suficiência da obra redentora de Jesus Cristo no Calvário. O culto terminou com um cântico e uma oração. Deixando a igreja por uma porta lateral, o pastor e seu auxiliar espumavam de raiva.
—_ Humph, aquele cabeça-oca não disse nada sobre o que temos de fazer para ganhar a salvação! — disse o pastor.
—_ Alguma coisa está muito errada — disse o auxiliar em tom de concordância.
Dobrando-se aos poderes deste mundo, a mente deformou o evangelho da graça em cativeiro religioso e distorceu a imagem de Deus à forma de um guarda-livros eterno e cabeça-dura. A comunidade cristã lembra uma bolsa de obras de Wall Street, na qual a elite é honrada e os comuns ignorados. O amor é reprimido, a liberdade acorrentada e o cinto de segurança da justiça-própria devidamente apertado. A igreja institucional tornou-se alguém que inflige feridas nos que curam, em vez de ser alguém que cura os feridos.
Dito sem rodeios: a igreja evangélica dos nossos dias aceita a graça na teoria, mas nega-a na prática. Dizemos acreditar que a estrutura mais fundamental da realidade é a graça, não as obras mas nossa vida refuta a nossa fé. De modo geral o evangelho da graça não é proclamado, nem compreendido, nem vivido. Um número grande demais de cristãos vive...
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Alguma coisa está muito errada


(texto extraído do livro O Evangelho Maltrapilho)
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