quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

MINISTROS DO PECADO

O pior de tudo é quando essa sutilidade das "paredes do templo" se torna o "mas" que tenta equilibrar a Graça. Aí alguém diz "é Graça 'mas'...".

Antes o cara ficasse na lei do que tentar construir uma Graça legalista... O legalismo da lei seria muito menos doentio.

E o interessante disso tudo é que quem se deixa em-paredar por tais paredes é sempre alguém que por si mesmo estreita o caminho, então o caminho deixa de ser estreito e passa a ser estreitado. Diria até que quem assim faz está no caminho largo tentando estreitá-lo, não seria esse o sentimento de autonomia, auto-segurança, auto-salvação?

Assim, quem estreita o caminho é quem está no caminho largo, o caminho estreito não se pode estreitar mais do que é,nem faria sentido se o pudesse: o que é, é. Quem estreitaria Cristo? Não é Ele o Caminho? Não é o próprio Deus o caminho pelo qual percorro? Não é Ele sobre quem repousa o meu caminhar?

Infelizmente os conceitos de "pecado" ou "pecador" criou homens e mulheres infantilizados, medrosos e covardes. Tem-se medo de viver porque o "pecado está à porta", então cria-se paredes na mente dos homens para torná-los seguros e livres das possibilidades do "pecado". E não há que se contestar que o que o templo criou, mesmo fora, filhos da perdição; e isso é uma contradição não um paradoxo. O templo é pai dos medrosos, é pai dos que pregam a si mesmos, é pai daqueles que voltam prodigamente para ele (o templo) pensando encontrar nele um tipo de lugar-em-Deus.

Quando se diz que a vida "lá fora" é que é pra ser vivida o espírito do templo morre, de medo.

Com isso não estou dando ênfase ao "pecado", não há salvação em pecar. O que aqui digo, é o homem que tem medo de pecar, tendo assim, sutilmente, medo de Deus, ainda que isso seja chamado de temor ou consciência numa Graça equilibrada: "é Graça 'mas'...". O "mas" não é do diabo, senão o próprio diabo.

O "mas" é o homem recomendando a si mesmo ao outro. É alguém desesperadamente sem identidade tentando se fazer idêntico no outro.

O "mas" é o homem se fazendo sacerdote do outro, intermediador de uma existência superior.

Enfim, não dá pra continuar... Que esse "mas" vá pro inferno junto com quem inventou essa história de "Graça barata". Se existe esse termo, "Graça barata", então me diga algum ser humano sóbrio: quanto custa??!

Carlos Wesley

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