quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Missão Senegal. Venha conosco, participe, contribua...

Por Marcelo Quintela

Gente amada, amigos do “Caminho”, filhos do Evangelho,

Vou resumir de modo rápido o motivo pelo qual precisamos urgente de sua contribuição. Em resposta, peço que você seja rápido em nos ajudar; isso se no seu coração houver confiança em nós e na destinação que daremos a sua participação! É como segue:


· Recebemos vídeos dos abusos cometidos por líderes islâmicos (Marabuts) contra crianças talibés que foram entregues a eles por pais sem condições de criar seus filhos em países de imensa maioria muçulmana na África;

· As crianças passam o dia mendigando para recolher o dinheiro que interessa aos “professores” de Alcorão, que vivem disso – de sugar o sangue, a energia e a vidinha de seus pequenos “alunos”;

· Muitas Missões-de-Amor já estão espalhadas pela região buscando soluções e amparo às crianças talibés, com relatos de recolhimento daquelas que conseguem fugir desses falsos internatos (Dharas); porém, os missionários se arriscam muito, possuem poucos recursos, são perseguidos, e eventualmente, intimidados; além de estarem no Campo com suas famílias, o que – sabemos bem – dificulta adoção de estratégias ousadas de resgate dessas crianças. Eles são do bem e seguem tentando dia-a-dia, com a Graça de Deus;

· Pareceu bem a nós e ao Espírito enviar ao Campo voluntários da Al Sakhra, em quantidade e identidades não-reveladas, para mapear a situação e termos nossos próprios registros e documentários, e voltando à Base, tomar as melhores decisões para enfraquecer os que fazem tropeçar os pequeninos.

· E aqui reside nossa aflição: raspamos o caixa do CAMINHO-NAÇÕES para providenciar o embarque da equipe, mas NÃO TEMOS ainda o dinheiro para mantê-los bem supridos durante o tempo necessário. Como as missões da Al Sakhra exigem, obviamente, discrição e sigilo, fica difícil demais buscar patrocínio. Daí que, para missões de infiltração pessoal muitos discípulos do Evangelho têm se valido de seus próprios recursos para aquilo que Deus lhes chamou a realizar. Entretanto, em missões internacionais de alta complexidade, só com a ajuda de todos as intenções se viabilizam.


Então, por favor, nos ajude! Vá conosco! Participe, contribua, faça um depósito na conta abaixo o quanto antes. Nossa “má-vontade” em pedir dinheiro já é conhecida. Os “lobos” andam pedindo tanto – e com tanta falta de vergonha na cara-de-pau que possuem – que os “filhos”, constrangidos por serem confundidos, entregam o “direito de primogenitura” àqueles que recolhem dos bem-intencionados os milhões que os enriquecem. Mas essa nossa “frescura” termina aqui e termina agora, porque o preço de mantê-la é alta: falta dinheiro para o orfanato de crianças-bruxas, falta dinheiro para a casa do Caminho na Nigéria, onde formamos discípulos do Amor; falta dinheiro para as publicações do material de subversão do Evangelho, que a muitos têm libertado para uma nova vida, outrora impensável. Falta dinheiro para ir à Angola em Janeiro próximo... Sempre falta... Mas, ao final de cada expedição, sempre ouvimos no coração a Voz de Quem nos guia: “Porventura, vos faltou alguma coisa?”


Logo, é Deus que nos supre, e é você que ELE usa para isso! – se, de fato, estamos juntos, regando as sementes plantadas nos solos áridos dos desertos desse mundo mal, onde o ódio segue bem patrocinado.


Al Sakhra!


Para depósitos no BRASIL:
BANCO ITAÚ
Agência: 2974
Conta: 27523-8

As doações via internet exigem a identificação do CNPJ
ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA CAMINHO NAÇÕES.
CNPJ: 13.099.198/0001–54

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A PROPOSTA DE JESUS: A FALÊNCIA COMO ALÍVIO!


“Vinde a mim todos os cansados e os sobrecarregados, e eu vos aliviarei”, disse Jesus.

Ora, a salvação do cansado é Vir, não Ficar. A salvação do cansado é tomar algo, é atender um convite para sair de onde está e encontrar alívio para alma.

Mas como posso ir a algum lugar se eu mesmo não tenho forças para me ajudar?

Interessante isso. Para nós, a salvação do cansado é ficar e descansar. Jesus, no entanto, diz que o cansado tem que VIR.

Mas como o cansado andará se está cansado? Não seria muito mais digno de Deus dizer: “Todos vós cansados, ficai onde estais, e eu vos visitarei.”?

A questão é que Este que oferece o descanso está ao lado, e Seu convite não é um grito distante, mas uma súplica interior: “Vinde a mim... e achareis descanso. Tomai o jugo, e tereis alívio”.

Assim, o movimento, o Vir, não para fora, mas para dentro!

Todavia, por mais perto que Ele esteja, aquele que precisa da ajuda precisa Vir; tem de se movimentar; necessita escolher e acolher o refúgio.

Afinal, quem descansa no refúgio que não quer estar?

Refúgio forçado é prisão!

“Vinde a mim” é um convite pessoal e propõe um encontro pessoal. “Vinde a mim” equivale a “permaneça em mim, e você terá descanso”.

Todavia, nem por causa disso eu devo ficar onde estou. Eu preciso sair de onde estou em mim a fim de encontrá-lO como alívio para mim, ainda em mim.

“Permanecer nEle” é “Vir a Ele”. Portanto, é um permanecer em movimento, andando com Ele, deixando-se levar aos pastos verdejantes e às águas tranqüilas que não existem em nenhum éden terreno, mas tão-somente em paragens interiores.

“Vinde a mim todos...”, diz Jesus.

Que coisa mais linda é ouvi-lO dizer que Seu atendimento é pessoal, visto que só é para todos porque é para cada um.

Ele não pergunta pelo tipo de peso ou de carga que nos oprime; apenas aceita que pode ser qualquer coisa, e que Ele mesmo tratará com total pessoalidade qualquer que seja o jugo de agonias que possam estar afligindo a todos — portanto, a cada um individualmente.

Jesus, assim, não classifica angústias, e nem diz que certas agonias são virtuosas e, portanto, passíveis de ajuda, enquanto outras não são.

Jesus não age assim. Assim age a religião!

Não! Não é para um concurso de agonias que Ele nos convida, nem é para um vestibular de angústias, para, então, no fim, alguns serem selecionados para receber o alívio e a ajuda. Pois assim como Ele convida a todos, Ele também convida o tudo de todos, sem discriminação.

O critério que seleciona as agonias passíveis de socorro não obedece a nenhum juízo moral, ético ou religioso.

Quem pré-seleciona o candidato à ajuda é a Necessidade que faz com que o necessitado perca o senso de autocrítica e de auto-ajuda e simplesmente diga: “Eu não posso mais!”

Assim, o convite é para quem não pode mais; é para quem se cansou tanto que já desistiu, e só não desistiu totalmente porque não sabe como morrer.

Somente os que não sabem como morrer é que podem atender a tal convite, que num certo sentido só se consuma se eu digo: Morri, mesmo que ainda eu ainda exista!

O convite é para quem não sabe nem como morrer. Sim, o convite é, sobretudo, para estes.

“Vinde a mim todos vós”, diz Jesus. E, assim dizendo, Ele espera que “vós”, nós, eu, cada um, por si mesmo, decida aceitar a ajuda e Venha a Ele.

Estranho e fascinante. Eu não agüento mais, mas preciso “Vir a Ele”, o que significa fazer o movimento da rendição, da entrega total de toda autoconfiança.

O convite só se efetiva na completa certeza de que em mim mesmo não resta esperança.

O alívio só chega para quem já aprendeu que por si mesmo não chega a nenhum alívio por suas próprias pernas.

O alívio é apenas para os perdidos na impotência!

Maravilhoso e paradoxal!

Ele me diz: “Vem”. Mas eu não consigo dar nem mais um passo...

Assim, é na impossibilidade de me mover que eu me movo para onde está o refúgio.

Eu tenho apenas que dizer que não posso mais, e, no mesmo Instante, paradoxalmente, me movo para Ele, sem ter que sair de lugar nenhum, visto que o lugar sai de mim, pois a opressão é em mim, e o alívio está em mim, mas somente quando, em mim mesmo, Venho a Ele.

Quando eu desisto, vou a Ele. Então, descubro que o lugar do alívio não é um lugar, nem mesmo pode ser comparado ou medido como a distância de uma estrada a ser percorrida até chegar a Ele, onde está o descanso.

Não! É justamente por não poder ir que chego, e é por não agüentar mais que recebo o poder que me faz agüentar tudo.

“Tomai sobre vós o meu jugo, pois Sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”, explica Jesus.

Ele implora que eu aceite a ajuda dEle. Sim, Ele se mostra manso e humilde, e garante que o peso dEle é leve.

Peso leve. Jugo suave. Tudo isso vem da mansidão e da humildade dEle.

Aquele que me oferece ajuda é forte em Sua mansidão e humildade em Seu coração.

Que coisa linda!

Assim, aprendo que meu sacrifício quanto a receber o alívio é reconhecer que “não agüento mais”, e é “tomar um peso leve e um jugo suave”, que nada mais é do que aceitar a mansidão e a humildade de Deus como meu lugar de refúgio.

Sim, onde mais posso descansar senão na humildade de Deus?

Somente um Deus manso e humilde pode aceitar tudo em todos, e ajudar todos em tudo!

No entanto, eu tenho que “Vir”, fazendo o movimento na Permanência Nele, e que só acontece como impossibilidade de ir a qualquer outro “lugar” que não seja Ele.

Mas quem agüenta se entregar a um Deus tão manso e humilde? Quem aceita que o socorro implique em falência e desistência? Quem deseja para si trocar seu próprio jugo pelo de Outro, por mais que Este que me convide diga que seu peso não pesa?

Para receber o alívio do Deus manso e humilde requer-se do homem um ato de movimento e a coragem da troca. E pior: demanda desse carente que se declare mais que necessitado. Sim, dele se demanda que declare falência e que se movimente na declaração da impotência, e que seja humilde a fim de aceitar a falência como salvação.

Assim, a fim de me ajudar Jesus diz: “Venha”. E, assim fazendo, Ele me diz que a salvação é Ele, e que o caminho para ela reside na desistência de qualquer outra salvação que não seja um ato de reconhecimento da minha própria impotência e perdição.

Em Jesus somente os falidos são aliviados. Quem não chegou a esse ponto —onde já não se tem para onde ir— jamais saberá o significado de receber o alívio, visto que ainda é estivador de sua própria potência, e é ainda vítima de seu estado de não-falência assumida.

Bem-aventurados os sem forças para se mover, pois eles se moverão sem ter que ir a algum lugar, visto que o Lugar-Presença a eles vem. Aliás, implora para ser apenas reconhecido.


Caio


(Escrito em 12/06/2004)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A ANGUSTIA DA ALMA QUE NÃO ESCOLHE CONFIAR



Jesus disse em João 7:17 que todo e qualquer ser humano só pode saber se o Seu ensino é Verdade ou não, se o praticar em fé. E assim dizendo Ele encerrou todos os debates infrutíferos acerca da “verdade”, pois disse que a Verdade só pode ser ‘experimentada’, e só então se fará atestar como tal. Portanto, sem a experiência da Verdade na vida, nenhuma Verdade de Deus é Verdade para mim, e não se manifestará como fruto de libertação e liberdade, e conforme o reino de Deus, que é justiça, paz e alegria no Espírito Santo.


Sim, eu serei cristão, mas não saberei o que é ser discípulo de Jesus!


A questão é que neste ponto somos colocados diante de uma escolha, ainda que com muitas caras, e que é a seguinte: Tenho eu coragem de reduzir minha existência a uma só coisa, a uma única certeza?


Ora, nossa natureza adoecida pela insegurança que a experiência da Queda nos causou, é incapaz de tal simplificação, pois nos parece loucura, e suicídio existencial.


Só um louco a praticaria, mesmo que fosse pela fé.


Todavia, Jesus disse que essa é a boa parte que de ninguém é tirada. Jesus também disse que isto só aconteceria se o ser fizesse sua síntese em Deus, ao invés de ficar servindo a dois senhores, ou, às vezes, a muitos senhores.


Assim aprendemos que é essa tentativa de bigamia da alma, ora amando a um e aborrecendo ao (s) outro (s) ( e outras vezes invertendo o processo), de fato, o centro da angustia do ser.


É como a alma que tenta ter dois amores e que se devota a um na mesma medida em que despreza o outro. E assim vai, sempre existindo na alternância deste mesmo processo, e sempre sem paz. Ora, só terá paz em Deus. Pois se escolher qualquer outro amor, lhe será angustia, posto que por mais que me devote a ele, mesmo assim clama em mim o lugar essencial do único amor, do amor do Autor da Vida.


No mundo visível o Dinheiro expressa bem essa paixão e essa devoção. É o culto ao imediato e ao Poder nas mãos. É o altar do sucesso recebendo o holocausto da ambição que foi gerada pela insegurança de quem não consegue confiar. O dinheiro é confiança na própria mão. Por isto ele expressa um terrível senhor. Pois quem pensa que o tem nas mãos, já há muito está nas mãos dele.


Enfim, Jesus disse que tenho que reduzir minha existência a uma só coisa, a fim de que a boa parte não me seja tirada. E disse que somente a entrega à vontade do Pai é que poderia pacificar a alma e dar a ela sentido de significação eterna. No entanto, ele também disse que a fim de poder saber se Ele é a Verdade ou não, a pessoa tem que decidir antes, e pular de cabeça. Tem que escolher, e mergulhar sem medo. Pois, assim que o fizer, experimentará a graça do contentamento e da paz. O ser terá se unificado, e o contentamento tomará na alma o lugar das angustias antes geradas pelos serviços prestados aos muitos senhores; e prevalecerá a paz.


Ora, quando chegamos aqui, neste chão, onde de nós se demanda uma decisão, uma tomada de consciência, a pessoa tem que saber para onde olhar e como haverá de ponderar suas escolha e decisões de fé. Muitas vezes, e de modos muito diferentes, todos nós, durante a viagem no caminho, temos que escolher quem é o nosso Senhor. A maioria das vezes, o negamos; razão pela qual nossos seres vão apagando em sua luz interior, e o coração quase só amadurece como ente amargurado.


Paulo disse que atentava não nas coisas que se viam, mas nas que se não viam, pois as coisas que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.


Essa era maneira dele olhar e ver nas muitas vezes em que tinha que escolher. E o sentido da escolha, é o seguinte: temos que eleger nesta vida as coisas que se preservam para a vida eterna—como amor, misericórdia, justiça, alegria e paz—, pois o nosso corpo envelhece e morre, mas há escolhas feitas durante essa jornada que são eleições que nós fazemos acerca de nós mesmos para a eternidade.


Assim, se alguém se dispuser a pular e praticar a Palavra de Jesus, simplificando a sua própria existência, saberá o que é a Verdade e experimentará a libertação, não antes. Ele ensinou que esta é uma decisão da fé que segue, que se lança, que não sabe mais como voltar.


No entanto, a maneira de se preservar isto é não dividindo o ser entre dois ou muitos senhores. A alma só deixa de existir nesse movimento de angustia de devoções pendulares—Deus ou riquezas, por exemplo—se for pacificada diante de um único e supremo Senhor. Fazendo, desse modo, pela fé, todas as coisas serem fruto de amor a Ele. E o coração caminha em paz.


E isto só acontece se vamos ganhando coragem de interpretar a vida não privilegiando como cenário as coisas que se vêem, pois são temporais; mas sim atentando nas coisas que não se vêem, e que são permanentes. Isto é galardão na terra. É glória no ser. É Cristo em nós.


Mas ninguém saberá se não tiver a coragem de pular...


“Vem, e segue-me...”


“Para onde iremos nós, Senhor? Só tu tens as palavras da vida eterna!”



Caio


Escrito em 2005

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A DIFÍCIL TAREFA DE CONHECER E SER CONHECIDO!



A síndrome das folhas de figueira!


O processo de conhecer e ser conhecido é tudo, menos obvio.


Desde “as folhas de figueira” que nós tecemos para nos cobrir, que uma das mais árduas tarefas do homem é conhecer-se e dar-se a conhecer.


Sim! Pois aquelas folhas não cobriam nossa nudez, mas apenas nossa vergonha.


Ora, a maioria dos homens tem vergonha de quem é. Por isto se mantêm na tonga da milonga do cabuletê.


Ou seja: cobrindo o ser que ele pensa que é [e, frequentemente, nem mesmo sabendo o que seja], enquanto desfila de malandro livre.


Em geral quando se tem os dizem que desejam dar-se a conhecer ou dar a conhecer algo de si, no máximo têm-se os que revelam as idealizações que fazem de si mesmos, ou, ainda, apenas os que revelam o que sabem que não são, porém, que julgam ser bom parecer de tal modo ante os que supostamente os percebem.


Na realidade a maior parte dos encontros humanos são encontros entre mascarados!


Daí a necessidade de gestão tão acentuada da imagem e de aparência, pois, de fato e de verdade, o que existe entre os humanos não é o que é, mas tão somente aquilo que alguém, de saída aparenta ser; e nada mais além de apenas isto.


São poucos os que não se casam com a aparência ou que não contratam a aparência funcional, pelo menos para tê-la em lugar de demonstração ou, então, paradoxalmente, em lugar de escusa para mostrar.


Digo isto apenas porque também há os que casam com a aparência como não-aparência.


Ora, esses são os que somente escolhem o que para os outros não é belo, apenas para fazerem do que seja publicamente considerado feio ou não-bonito, a bandeira de seu desprendimento estético ou de sua profundidade espiritual — tudo, porém, fruto de complexo e de insegurança.


O comum, no entanto, quando se trata de se auto-enganar com quem o outro seja [sem ser], é que se projete sobre o outro aquilo que também ele não é, tudo como projeção e fantasia de nosso surto mágico de encontro.


Ora, o trabalho de dar-se a conhecer como esgoto de emoções é fácil. É só deixar vazar a insensatez.


Derrame!...


Por isto é que a maioria das pessoas não seria amiga de si mesma se tivesse que sê-lo.


Assim, como não seriam amigas de si mesmas e nem confiariam em ninguém que tivesse os sentimentos e pensamentos idênticos aos produzidos pela própria pessoa, a maioria vai fingindo, se escondendo, e, como resultado, apenas encontrando outras performances como demonstração de ser.


No fim ninguém conhece ninguém, e, quando conhece, deixa após conhecer!


Dói muito conhecer-se a dar-se a conhecer de fato e de verdade.


Entretanto, como o mundo jaz no maligno, mesmo sendo chamados a viver sempre com sinceridade, somos também chamados a não darmos o nosso interior a conhecer aos homens que, como porcos, não amem pérolas, mas apenas babugem.


Por isto é Jesus manda que sejamos simples como as pombas e prudentes como as serpentes.


Assim, no ambiente humano caído e desconfiado, a sabedoria manda que a auto-revelação seja sempre sincera nos princípios de toda declaração, mas prudente no revelar o que quer que seja tópico, pois, o ouvinte, muitas vezes, se não é fraco, é doente.


A aparência, todavia, é tudo o que não é; pois, mesmo a pessoa mais bela exteriormente, se não se fizer sustentar pela beleza do que tem no coração, se enfeia aos sentidos ainda que do ser mais apaixonado, tão logo a realidade demonstre o ser em sua verdade escondida pela aparência e pela performance.


Por isto é que não dá mais para casar para conhecer, pois, hoje, com todas as doenças de alma escondidas pela estética e pelas performances de comportamento social, um casamento assim [para ver como a pessoa é], quase sempre conduz à catástrofe, posto que as pessoas tanto não saibam quem de fato sejam, como também estejam, exteriormente, sempre anos trevas de distancia de quem de fato sejam no intimo.


Mais do que nunca se tem que conhecer para casar, senão não casa em casa alguma.


Entretanto, quando alguém quer se enganar, chama até urubu de meu louro.


Orar pedindo a Deus que abençoe nossos encontros sem encontro humano, é como pedir a Ele que abençoe a nossa escolha de casamento em um baile de mascarados nunca antes apresentados, e, de cujo ambiente, escolheremos aquele [a] que viverá conosco e nós com ele [a] para sempre.


O problema é que a Síndrome das Folhas da Figueira está mais presente em nós do que nunca.


Ora, sem as vestes da Graça que Deus nos oferece para cobrir-nos, a fim de deixar-nos livres da vergonha de ser, o que resta ao homem é continuar recorrendo àquilo que não o veste de sua real vergonha, mas apenas o encobre ante os sentidos de seu irmão, a quem ele se apresenta como um mascarado, porém, com ilusão de que apenas ele mesmo esteja mascarado nessa festa, crendo assim que aquele [a] a quem tira para dançar no baile desta vida esteja com a cara supostamente descoberta, embora o proponente julgue que somente ele conhece e pratica tal malandragem aprendida no Jardim.


A Síndrome das Folhas da Figueira nos acomete de um modo tão sutil que nós mesmos pensamos que nós somos os únicos mascarados nessa festa fantasia chamada de encontro social humano.


Em geral a família costuma ser o lugar do verdadeiro encontro humano, mas, hoje, ela está em extinção em quase todas as perspectivas!


Assim, sem treino na verdade, quebramos a cara e pagamos caro pela nossa ignorante presunção; pois, de fato, todos estamos ainda muito vestidos de folhas de figueira e cobertos de mascaras faciais, e, portanto, todos carecemos da revelação da glória de Deus, a fim de sermos salvos de uma existência que encontra, encontra, e, quase nunca acha ninguém...

E, assim, vai se cantando; "If you dont know me by now"...

http://www.imeem.com/groups/sqVA72Wk/music/puPkaTIT/simply_red_if_you_dont_know_me_by_now/


Nele,


Caio


26 de outubro de 2008

Lago Norte

Brasília

DF

terça-feira, 2 de agosto de 2011

VOCÊ ESTÁ DESVIADO?



O Caminho de Deus em nós vai do pesado para o essencial. Vai da total dependência a outros até que se chegue apenas à total dependência de Deus!

Nascemos e somos completamente dependentes de cuidados de outros. Nossos pais e ou nossos guardiões nos são essenciais. Sem eles não sobrevivemos. No entanto, chega a hora em que ficarmos menos e menos dependente dele será a nossa saúde e salvação nesta existência. Enquanto moramos com eles ou somos por eles sustentados, temos que lhes ser dependentes, pelo menos no que diz respeito às decisões que pretendemos tomar na vida. Entretanto, vem a hora quando a saúde de ser nos compele a vivermos de nosso próprio sustento, e, além disso, impõem-se a necessidade de termos nossa própria casa e família. Então, deixamos pai e mãe, nos unimos a um outro, e fazemo-nos com ele ou ela uma só carne.

Com Deus é assim também. No início precisamos de muitos ajudadores espirituais. Sem eles somos como recém-nascidos indefesos neste mundo. Necessitamos que nos sirvam o genuíno leite espiritual. Chega a hora, todavia, que se espera que cada um cresça o suficiente para não mais dependermos de outros, mas apenas os reconhecermos como família espiritual, embora nossa vida seja vivida para além da necessidade de que outros nos sirvam. De fato, instala-se em nós outra a necessidade, que é a de servi-los.

Na viagem espiritual nascemos de Deus, mas precisamos muitos dos nossos guias e ajudadores na fé. Depois, no entanto, se espera que cada um cresça a fim de andar com as próprias pernas como resultado de nosso vínculo adulto com Deus na fé.

Daí em diante nossa relação com nossos pais espirituais passa a ser de carinho, gratidão e reverencia, mas já não de dependência. O mesmo se diz dos demais irmãos. Sim, os amamos e gostamos de com eles estar, mas já não por dependência. Surge apenas a alegria de amá-los e de servi-los. Todavia, já não necessitamos de ninguém para que sobrevivamos, talvez, exceto, no meio de uma grande crise ou calamidade. Espera-se que cada um aprenda a cuidar de si mesmo e de outros. E também espera-se que tenha na maturidade de seu casamento com Deus a sua própria segurança no caminhar.

Esse é o caminho para a maturidade tanto humana quanto espiritual!

Todavia, na maioria dos casos não é assim. E a razão é que “nossos pais”, no caso a “igreja”, nos “educam” para que j amais tenhamos tal autodeterminação em Deus. Desse modo, não somos educados para a vida, mas para a “igreja”. Daí a “igreja” criar eternos dependentes de si mesma, visto que pretende que seus “filhos” vivam sob suas asas; e mais: que a sirvam como filhos/escravos até ao fim da vida.

Seria e é [...] como se cada crente fosse e seja [...] como um adulto na idade, mas que vive com a atitude emocional de um bebê. Nesse caso, se qualquer coisa acontece [e acontece o tempo todo], a pessoa morre; posto que nunca aprendeu a viver de Deus e com Deus!

A “igreja” não quer que seus filhos se tornem adultos filhos de Deus!

Na realidade, a “igreja” cria filhos para ela mesma, não para Deus e nem para a vida. E, por esta razão, os filhos da “igreja” têm nela o seu “Deus”; e, nesse caso, jamais crescem para deixar pai e mãe, quando a idade chega, a fim de viver a vida com outra consciência.

É também por esta razão que os “crentes” vivem sem Deus no mundo o tempo todo; posto que a “igreja” [ou mesmo a Igreja], não seja Deus, mas apenas a família da fé.

Por esta razão, quando alguém se decepciona com “a família”, desvia-se de Deus; posto que para o crente a “igreja” é um “Deus”. É também por esta razão que todo crente que não esteja na “igreja” [por qualquer que seja a razão], sente-se desviado de Deus, além de que se declara que ele está de fato “afastado de Deus” em razão de não estar frequentando as reuniões “de família”, ainda que “família” seja louca ou totalmente tirânica e adoecida.

A verdadeira Igreja tem que ser como pais bons e conscientes que criam filhos para a vida em Deus!

Mas, infelizmente, não é assim na maioria dos casos. Afinal, o Cristianismo, em qualquer de suas versões, é Católico/Constantiniano, posto que ensine que “fora da igreja não há salvação”.

O problema é que muitos não têm essa compreensão, e, quando enxergam as “loucuras da família” afastam-se do convívio humano adoecido, não buscam mais nenhuma outra comunhão humana, e, no processo sentem-se separados de Deus para sempre!

Cada um de nós precisa de comunhão humana, tanto quanto se precisa de vínculos familiares. No entanto, mesmo que os nossos pais nos abandonem ou nos traiam, diz o Senhor: “Eu te acolherei!”

Mais uma coisa: todos os que assim discernem a vida em Deus, nunca ficam órfãos de irmãos!

Pense nisso, cresça e deixe a sua orfandade!

Nosso Pai tem muitos filhos!

Nele, que nunca nos deixa órfãos,

Caio

 
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