quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

CRESCENDO NO CAMINHO - O EVANGELHO: PALAVRA E ESPÍRITO

[por Caio Fábio]

Tenho dito repetidamente que os evangelhos são narrativas históricas das ações e acontecimentos relacionados a Jesus, bem como de Suas Palavras. O Evangelho, todavia, é um espírito. Os evangelhos são o corpo. O Evangelho é o espírito no corpo.

Para muitos os evangelhos são apenas palavras. Para outros são narrativas. Para outros eles são palavras inspiradas. Para muito mais gente ainda eles são apenas palavras mágicas. Para a maioria, no entanto, eles são os quatro primeiros livros do Novo Testamento, sendo, portanto, parte da Bíblia Sagrada.

O terno evangelho é também bastante usado para caracterizar a conversão; tipo: “Quando eu vim para o Evangelho”; significando: “Quando me converti e entrei pra a igreja”.

O Evangelho, no entanto, é espírito e vida. Foi isso que Jesus disse. Deus é espírito, e, portanto, Suas palavras são espírito e vida. O Evangelho é espírito e é um espírito. É espírito porque carrega o poder da verdade absoluta e produz vida onde quer que chegue. E é um espírito porque não é letra.

Ora, sempre se diz e se repete que a “letra mata, mas que o espírito vivifica”. Até os mais letristas, legalistas, e escribas de textos em cuneiforme repetem essa frase. Eles, no entanto, não pensam que até as palavras de Jesus podem se transformar apenas em letra morta. Sim, as palavras de Jesus, vistas apenas como algo fixo, e que não carrega um sentir de uma justiça aplicável em qualquer lugar ou tempo da existência humana e dos humanos—tornam-se em letra morta, e nada realizam de bom para o ser.

Jesus ensinou que o Espírito Santo atualizaria a Palavra do Evangelho conforme o tempo, as circunstancias e a necessidade; especialmente na hora da opressão. Em alguns lugares, em narrativas dos evangelhos, isto que acabei de afirmar fica mais do que explicitado. Por exemplo, aquela seqüência de Lucas 9 é assustadora. Jesus parece não ter critérios. Pede o impensável. Diz a um filho enlutado que não há tempo para sepultar o próprio pai; garante a outra pessoa que não dá tempo nem mesmo de voltar em casa para se despedir; e a um outro diz que mesmo o casamento pode ser deixado para trás a fim de que se seguisse o Caminho.

Ora, tais palavras feitas letra se tornam insuportáveis e desumanas, isso se aplicadas indiscriminadamente na vida, e para qualquer pessoa, ou em qualquer daquelas situações. O espírito que aquelas ocorrências carregam, este sim, é o espírito do Evangelho, posto que só pode ser discernido como espírito, e não como letra; pois, nesse caso, sendo letra e lei, seriam apenas palavras de morte e não de vida; porém, como espírito, as palavras se renovam; e se fazem entender como urgência, como a sobrevalorização do que é eterno em relação ao que é passageiro, e como afirmação do amor ao reino de Deus sobre qualquer outro grande amor.
O Evangelho é espírito e vida; e é também vida no espírito, tanto com ‘e’ minúsculo, como também com ‘e’ maiúsculo. O que o torna letra é a tentativa de confiná-lo a um código de doutrinas ou de preceitos morais e dogmáticos. Nessa hora e nesse dia o Evangelho vira apenas o suporte técnico — via ‘os evangelhos’ — para ajudar no levantamento do edifício pedrado, da câmara mortuária, que é erigida para abrigar os Credos e as Dogmáticas: a versão cristã do Livro dos Mortos.

Deus é espírito. A Palavra é espírito. O Espírito é como o vento. O vento é como o espírito. A iluminação é no espírito. O Novo Nascimento é no espírito. O nascido de novo é como o vento, como o espírito. O discernimento é espiritual, e a sua atualização é feita pelo Espírito. Por isso o Evangelho é mais que palavras, ensinos congelados, e narrativas transformadas e acontecimentos e calendários religiosos. Assim como Deus é, a Palavra é. E assim como é a Palavra, assim é o Evangelho; visto que nada há mais vivo e espiritual do que a Encarnação Daquele que é espírito; o que faz das narrativas dos evangelhos descrições de Deus entre os homens; e o que também faz de tais narrativas analogias espirituais que encontram sua propriedade e pertinência em qualquer tempo ou era da existência humana.

É isto que quero dizer quando digo que o Evangelho é espírito; e também que há algo que deve ser definido como ‘espírito do Evangelho’; e que é o aplicativo do Evangelho ao tempo, conforme a atualização que o Espírito faz; e que é o olhar do Evangelho em cada geração; sendo, no entanto, o olhar do amor.

Nele,


Caio

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LEITURA DO NOVO TESTAMENTO: cada um no Caminho deve fazer a leitura do N.T. conforme a seqüência que se segue, sem leitura orientada, a fim de que cada um, de si mesmo, verifique o significado do Evangelho sem as leituras pré-condicionantes aprendidas na religião.

Os livros do Novo Testamento foram escritos na seguinte ordem: 1 e 2 Tessalonicenses; Gálatas, 1ª e 2ª Coríntios, e Romanos; Colossenses, Filemom; Filipenses, 1ª e 2ª Timóteo, e Tito; 1ª Pedro; Marcos; Mateus; Hebreus; Lucas; Atos; as Cartas Universais; João, 1ª, 2ª e 3ª João e 2ª Pedro; e Apocalipse.

CHAVE HERMENÊUTICA: OLHE PARA JESUS E VOCÊ ENTENDERÁ A PALAVRA. “O Verbo se fez carne...”, sendo assim, a Encarnação torna-se nossa única e possível chave hermenêutica para entender a Palavra, a mim mesmo, o próximo e a realidade atual.

“Assim, Jesus é a chave hermenêutica para se discernir a Palavra, mas mesmo assim, eu só a conhecerei como Verdade, se eu mesmo a provar na minha carne; e isto é o que acontece quando a gente anda no Caminho; e assim é mesmo quando a gente tropeça.”

A BÍBLIA É O LIVRO. A ESCRITURA É O TEXTO. A PALAVRA, É! E É REVELAÇÃO!
JESUS É O VERBO ENCARNADO!!!

ORIENTAÇÕES:
1. Deve-se ler existêncialmente a Bíblia como tendo seu espirito realizada em Cristo. Ele veio para cumprir tudo. Cumpriu? Sim! Está consumado! Mas cumpriu de uma maneira legal-aos-sentidos? Não! Prova disso que o cumprimento da Palavra em Jesus era justamente aquilo que os mestres da Lei em Seus dias chamavam de transgressão. Assim, há um espírito até na Lei. Jesus cumpriu esse espírito, não suas materializações!

2. Deve-se ler as “falas” de Jesus e não somente fazer (quando se faz) exegese do texto. Antes disso, deve-se perguntar: qual o significado desse ensino de Jesus para Jesus? E a resposta é uma só: veja como Ele lidou com a vida, com as pessoas, com os fatos! Conferindo uma coisa com a outra fica-se livre da construção de dois seres irreconciliáveis: o Jesus que viveu cheio de amor e graça, e o Jesus que ensinou coisas que só os interpretes autorizados conseguem “captar”.

3. Desse modo, então, não se faz jamais uma interpretação textual que não coincida com o comportamento e com a atitude de Jesus na questão, conforme o Evangelho. Eu confiro tudo com o espírito de Jesus, conforme o Evangelho.

4. Só assim Jesus não fica esquizofrênico ante os nossos sentidos: o que Ele disse, Ele viveu; e o que Ele viveu, é o que Ele disse.

“Cristo é o Mestre, as Escrituras são apenas o servo. A verdadeira prova a submeter todos os Livros é ver se eles operam a vontade de Cristo ou não. Nenhum Livro que não prega Cristo pode ser apostólico, muito embora sejam Pedro ou Paulo seu autor. E nenhum Livro que prega a Cristo pode deixar de ser apostólico, sejam seus autores Judas, Ananias, Pilatos ou Herodes.” (Martinho Lutero)

O EVANGELHO É O NOME - se puder ler, leia!

[por Caio Fábio]

Foi porque “os cristãos” não entenderam que o Evangelho é Jesus, que, separadamente de Jesus, criaram uma outra coisa, e que deveria ser vista por todos como “o Evangelho”.

Assim, Jesus seria o Cordeiro da Cruz e da Ressurreição; mas, à parte Dele, deveria surgir uma “doutrina de salvação”; conforme o conceito de “doutrina” dos homens — tendo nos gregos os artícifies filosóficos e metodológicos desse “ídolo de pensamentos” patrocinado pelo Império Romano.

Ora, o Evangelho que se vê anunciado por Paulo, por exemplo, não é uma “doutrina”, conforme o termo se faz entender por nós, mas apenas uma explanação dos significados salvadores do que Jesus fez; e além disso, uma aplicação de natureza individual, existencial e, também comunitária do significado de se ter crido e aprendido em e de Jesus.

Entretanto, tal explanação não obedece lógicas humanas, e nem se reveste de nada que se assemelhe a um “sistema”; posto que, para Paulo, não havia nada a ser sistematizado no Evangelho, mas apenas crido. E o fato do apóstolo não ficar citando palavras de Jesus, conforme ditas e registradas nos 4 evangelhos (e que já existiam como informação oral), apenas prova que até mesmo o que Jesus disse não era material para ser “decorado”; antes era algo para ser entendido como espírito e como consciência aplicada à vida.

Foi a esquizofrenia produzida entre Jesus-Evangelho, de um lado; e um corpo de doutrinas chamada de Evangelho; de outro lado (o qual é feito da sistematização de tudo o que na Bíblia se pode usar para fundamentar um pressuposto “lógico” acerca de um “plano da salvação”) — justamente aquilo que tornou Jesus tão diferente daquilo que a “igreja” chama de “Evangelho”; e, ao mesmo tempo, tornou a “igreja” tão díspare em relação à Pessoa de Jesus.

Muita gente diz “o evangelho está crescendo...”; ou o “evangelho está tendo resistências...”; ou ainda “o evangelho progrediu muito...” — sempre em referência ao crescimento de adesões religiosas à “igreja”; mas quase nunca pensando que o Evangelho só cresce para dentro; e qualquer coisa que carregue o seu nome do lado de fora, tem que ser a mera reprodução do que ele gerou no coração.

Todavia, para a “igreja”, Jesus salva; mas o que o salvo se torna não tem nada a ver com Ele! Aliás, se ficar parecido com Ele não serve para a “igreja”. Pois nada incomoda mais a “igreja” do que alguém que busque ser, radicalmente, como Jesus.

Andar como Ele andou, para a “igreja”, significa outra coisa. De fato significa comportar-se como a “igreja” determina; mesmo que isto venha a ser equivalente a negar o modo como Jesus se mostrou a todos os seres humanos; conforme o registro dos 4 evangelhos.

De fato Jesus é o Evangelho; pois é somente Nele, e na fé que converge de modo exclusivo para Ele, que surge o entendimento do Evangelho.

O Evangelho é Jesus, em todas as Suas histórias, ações, visões, ensinos, interpretações da realidade, e, sobretudo, Sua entrega voluntária, como Cordeiro; e, para além disso, Sua Ressurreição!

Para se entender o Evangelho tem-se que olhar a vida com o mesmo tipo e qualidade de amor que Jesus demonstrou em Sua existência no tempo e no espaço; ou seja: na Sua Encarnação.

O Evangelho só cresce em nós quando a consciência de Jesus se torna crescente em nós. Isto é ter a mente de Cristo, segundo Paulo. Portanto, isto é Evangelho.

O Evangelho é o entendimento segundo Jesus que se torna vida e alegria para quem crê.

Sem tal olhar e sem tal sentir e pensar, conforme Jesus, não há nada que seja Evangelho. Sim, sem isto podemos ter 4 evangelhos, mas não temos ainda o Evangelho.

Isto porque o Evangelho não existe nos quatro evangelhos. Ali temos registros verdadeiros de Quem é Jesus; e de tudo o que, sendo essencial, Ele fez e ensinou. Sim, não há nada além de letras nos registros dos evangelhos, até nos mais originais de todos eles, posto que o Evangelho não é uma informação, mas sempre uma encarnação da Palavra.

Por esta razão, do ponto de vista de Jesus, conforme os evangelhos, o Evangelho tinha a ver com gestos. Afinal, uma mulher o unge com óleo e Ele diz que aquilo era Evangelho.

Na Bíblia há 4 evangelhos, mas nenhum deles é Evangelho enquanto não é crido e praticado!

Quando Paulo diz que o Evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, ele não se refere a nenhuma sorte de adesão à “religião da salvação”, mas exclusivamente a ter crido e obtido, pela fé, o entendimento para provar a salvação como benefício espiritual já na Terra.

Afinal, Evangelho é Boa Nova. E que Boa Nova há em 4 evangelhos que não se tornam Evangelho (produtor de vida e paz) na vida dos papagaios que o decoram?

Há papagaios capazes de desenvolver inteligência de resolução de problemas de uma criança normal de 6 anos. E com a memória que esses pássaros possuem, se ensinados, decorariam os evangelhos, como uma criança é capaz de fazer quando treinada. Neles, porém, não haveria nenhum Evangelho.

Evangelho é vir e aprender com Aquele que é manso e humilde de coração, achar descanso para a alma Nele; e trocar a canga da angustia pelo peso-leve de Seu fardo de alegrias.

Evangelho é achar o tesouro que nos evangelhos é uma parábola!

Evangelho é a chance de nascer de novo e de ter no coração o reino de Deus!

Evangelho é certeza de perdão; mas que trás consigo o compromisso com o perdão ao próximo; que, no Evangelho, não é um sacrifício, mas algo agradável como um grande privilégio!

Evangelho é ser forte contra a mentira e doce ante qualquer que seja a confissão de verdade!

Evangelho é a alegria de dar a vida pelos amigos; e até pelos inimigos!

Evangelho é, portanto, andar como Ele andou; e isto para total benefício de quem O segue em fé!

Evangelho é assim... igualzinho a Jesus!

E para eu dizer o que é Evangelho, com minhas imensas limitações, teria que escrever tudo o que vejo, sinto, percebo e recebo de Jesus todos os dias; além de tudo o que de Sua Graça vejo nos evangelhos, e enxergo como Evangelho de salvação, na minha vida, e na de todo aquele que crê e busca andar conforme a Sua mente.

Assim, ao invés de buscar decorar os evangelhos, busque entender o seu espírito; pois Jesus disse: “As minhas palavras são espírito e são vida”.

Enquanto o Evangelho não se torna um entendimento em fé, e que nos concede cada vez mais ver, sentir, e decidir conforme Jesus, nenhum benefício do Evangelho chegou até nós.

O Evangelho é Caminho, Verdade e Vida — e Caminho, Verdade e Vida só estão em Jesus. Portanto, o Evangelho é Jesus e Jesus é o Evangelho; e tudo o que não for assim e conforme o espírito de Cristo, pode até ganhar o apelido de “evangelho”, mas não é Evangelho.

Ora, é apenas por crer que os 4 evangelhos só se tornam Evangelho se cridos e praticados como entendimento e consciência; e também é somente por ter o testemunho de toda a História da Igreja quanto ao fato de que sem Bíblias, o povo fica nas trevas; mas também que com Bíblias, porém sem ter a Jesus como a “chave hermenêutica” da leitura, o povo fica “evangélico” — que ouso dizer que nem mesmo a Bíblia ajuda se a pessoa não tiver entendido que Jesus é o Evangelho; e que até da Bíblia muitas coisas deixam de ser Evangelho pelo simples fato de não terem sido encarnadas por Jesus como vida.

O local físico onde posso ler os 4 evangelhos é a Bíblia. Porém se na leitura eu não olhar tudo a partir da certeza de que Jesus é o Evangelho, a Bíblia servirá apenas para dividir e dividir as pessoas em nome de Deus; porém sem Deus em nenhuma das divisões; todas feitas em nome de verdades de fariseus; as quais, para Jesus, ainda quando eram verdadeiras, se tornavam mentira; posto que não eram praticadas pela via do amor que fez Deus se encarnar em Jesus.

Nele, que é o Evangelho.

Caio.

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terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

PALAVRA DE JESUS À IGREJA E SEUS LÍDERES NO BRASIL

[por Caio Fábio]

Então, falaria Jesus às multidões e aos Seus discípulos que hoje estão vivos no Brasil:

Na cátedra dos ensinos de “Deus”, como doutores, se assentaram os teólogos e os religiosos dissimulados e legalistas, que são chamados de “fariseus”.

Façam e guardem o que eles dizem, porém não imitem as obras e os modos mentais deles; porque dizem aos outros as coisas que eles mesmos não fazem. E nem mesmo nelas crêem.

Sim! Pois atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.

Praticam, porém, todas as suas “boas obras” com o fim de serem vistos dos homens (por pura propaganda religiosa e moral). Eles fazem isto até mesmo no seu modo de vestir, que é uma “moda” deles mesmos. São conhecidos pelas suas roupas, modos, maneirismos, jargões e clichês; e não pelo modo de seu caminhar em fé, justiça e amor.

Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas igrejas, templos e solenidades. Amam as “saudações” que nas praças os identificam como “crentes zelosos”; e amam também serem chamados “mestres” pelos homens.

Mas com vocês não será assim; pois, vocês não serão chamados “mestres”, muito menos de “teo-logos” ou “doutores em divindade” — porque um só é o Mestre, e vocês são todos irmãos; e um só é Teo (Deus) e nenhum de vocês o conhece para explicá-Lo logicamente; e um só é Divino, e Nele ninguém é doutor.

A ninguém sobre a terra chamem de “meu pai espiritual”; porque só um é o Pai de Todos: aquele que está nos céus. Portanto, a nenhum homem confesse como seu guru, mestre ou pai espiritual; e jamais consintam que se diga que a “cobertura espiritual” de qualquer homem é que protege vocês.

Nem tampouco vocês serão chamados de “Guias Espirituais”; porque um só é o Guia de vocês, o Cristo.

Assim, o maior entre vocês é aquele que mais serve ao próximo por livre amor.
No Reino de Deus quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado. Assim é. E jamais mudará.

Portanto, digo:

Coitados de vocês, catedráticos em Deus e doutores em Divindade! Porque somente hipócritas se tratam assim. Agindo assim, vocês, hipócritas, fecham o reino dos céus diante dos homens; pois vocês nem entram nele, e nem deixam nele entrar os que estão entrando! Ou vocês crêem que o Pai reconhece esses títulos?

Coitados de vocês aproveitadores da boa fé do povo! Porque vocês devoram as casas das viúvas, dos pobres e dos oprimidos, e, para justificarem isso, vocês fazem longas orações e intermináveis “correntes”. Por isso, vocês sofrerão juízo muito mais severo!

Ai de vocês falsos missionários e falsos apóstolos! Pois, na hipocrisia de vocês, fazem missões e turismo de vaidades de mar a mar; e percorrem a terra toda com “altivez evangelística”. E isto para fazerem “clones religiosos” de vocês mesmos. Tais “clones” dos costumes e legalismos anunciados por vocês como Evangelho, conseguem sempre ficarem piores que vocês mesmos. Sim! Vocês ainda têm a capacidade de fazer dessa pessoa alguém pior do que era antes de vocês chegarem com aquilo que vocês dizem que tem a ver Comigo; pois vocês o tornam filho do inferno duas vezes mais do que vocês mesmos. Eles são discípulos do pior de vocês! E vocês nada têm a ver Comigo!

Pobre de vocês, guias cegos, e que dizem: “Quem fizer qualquer coisa errada visando a ‘expansão do reino de Deus’, em nada peca, mesmo que seja errado”. Mas, se alguém deixa de dar o “dízimo” vocês o amaldiçoam e o fazem se sentir um ladrão; pois, pecado é apenas deixar de dar dinheiro para vocês!

Insensatos e cegos! Pois qual é maior: A verdade ou a igreja? O dízimo ou a necessidade verdadeira?

Mas vocês não se contentam e ainda dizem: “Quem mentir contra o próximo não é nada, especialmente se isso exaltar a Deus com supostos louvores; quem, porém, disser que dará uma oferta em dinheiro e não trouxer em razão de necessidade, estará sob maldição!”

Cegos! Pois qual é maior: a oferta ou Aquele que é Santo e Verdadeiro e que é também o que santifica a oferta?

Portanto, quem falar acerca do que falar, esse está falando sobre tudo o que na vida há.

Quem se compromete com a vida, compromete-se com o Seu Autor.
E quem se compromete pelo céu, se compromete com o trono de Deus e por Aquele que no trono está sentado.

Assim, não tentem dar “jeitinhos”, pois, Aquele que é, É em todas as coisas!

Ai de vocês que vivem de amedrontar o povo, porque vocês cobram o dízimo de tudo, do líquido e do bruto; mas, enquanto isto, vocês são totalmente negligentes para com os verdadeiros preceitos da Lei da Vida: a justiça, a misericórdia e a fé. Vocês deveriam ensinar a generosidade financeira e material, mas sem deixarem de ensinar que o sentido de tudo está no amor!

Guias cegos! Vocês coam o mosquito e engolem o camelo!

Ai de vocês, todos os legalistas, porque vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!
Dissimulado e cego! Limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!

Ai de vocês, especialistas em sobrevivência e aparências, porque vocês são semelhantes aos sepulcros pintados de cal bem branco; que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!

Assim também são vocês: Exteriormente parecem justos aos homens, mas, por dentro, vocês estão cheios de hipocrisia e de malicia.

Ai de vocês, puxa sacos de profetas mortos! Vocês são hipócritas, porque edificam os sepulcros dos profetas mortos, adornam os seus túmulos e até lhes dão nomes às praças; e dizem: “Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!”

Assim, contra vocês mesmos, testificam que são filhos dos que mataram os profetas. E como vocês cuidam dos profetas vivos?

Desse modo, vocês enchem a medida de maldade dos pais de vocês, pois, cultuam os mortos que eles mataram, e não dão ouvidos aos profetas vivos.
Serpentes, raça de víboras! Como vocês acham que vão escapar da condenação do inferno?

Por isso, eu continuarei a enviar profetas, sábios e ensinadores do Evangelho. A uns vocês “matarão e crucificarão”; a outros vocês “açoitarão com palavras e calunias” nas igrejas de vocês; e até mesmo vocês encontrarão energia para persegui-los onde quer que eles vão.

Entretanto, isto é assim para que sobre vocês recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de qualquer pequenino, morto ou apenas calado para sempre pelo desprezo de vocês.
Saibam de verdade que cada coisa que digo se cumprirá sobre toda a geração que for como esta!

”Igreja, Igreja”, que matas os profetas e chamas de hereges os que te foram e são enviados!

Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vocês não o quiseram!

Por isso, vocês ficarão vazios, ainda que os templos de vocês estejam cheios de “clones de vocês mesmos”.

Declaro a todos vocês que “estou de fora” de tudo o que vocês fizerem; posto que, desde agora, vocês já não terão a minha presença, até que vocês se rendam ao Evangelho; e, então, vocês possam dizer: “Bendito o que vem em nome do Senhor!”

Vale buscar sentir que o que segue como paráfrase das palavras de Jesus em Mateus 23. De fato, é algo que faria os fariseus olharem para o nosso cenário, e, por nos verem como somos, sentirem-se em pecado muito menor que o nosso.

Diria um fariseu a um cristão pós-moderno-neo-cristão-da-era-pós-cristã, após ver alguns programas de televisão religiosos, freqüentar alguns cultos e correntes de libertação, e assistir aulas nas mais renomadas classes de aula de Doutorado em Deus:

— Senhor cristão! Vou lhe dizer uma coisa. Há dois mil anos eu conheci um Homem que me falou umas coisas danadas de ouvir, e eu fico imaginando se ele aparecesse aqui, o que ele falaria... Acho até que eu seria usado por ele, numa das parábolas que ele costumava contar. Algo como: “Quem fez pior: o fariseu ou o cristão?” Acho até que eu seria “o melhor do mal”. Porque eu era falso, mas jejuava mesmo. Deixava a cara ficar amarela, mas não a pintava de amarelo como nos jejuns que vocês nem mesmo fazem. Eu gostava de aparecer, mas eu dava o dízimo e não era quem o cobrava. E eu fazia prosélitos, mas eles não ficavam irmãos gêmeos tão piorados de todos os meus vícios. Se o mesmo homem aparecesse aqui, o mesmo que nos falou de ressurreição, sei lá o que ele iria dizer a vocês!

Ou seja: leia com a certeza de que ficamos muito piores do que eles; pois, eles, eram hipócritas, mas a mascara não era virtual.

Leia Mateus 23 e faça as devidas comparações!

Nele, que fala,

Caio

19/02/07
Lago Norte
Brasília

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Se o Caminho da Graça tem sido benção na sua vida e entendendo que outros possam ser abençoados também, COMPARTILHE!!! Fale do Caminho aos seus familiares, amigos e tantos quantos você entende que deve...
É hora de pregar a Palavra da Graça do Evangelho de Jesus. É hora de mostrar que estamos levando o Evangelho a sério! Não há mais tempo. É hora de agir. De convidar...! O Caminho é na vida!

CAMINHO DA GRAÇA - ESTAÇÃO BH
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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

ENCONTRO DO CAMINHO EM NITERÓI




O desafio de traduzir em letras o que foi escrito nos ambientes do coração pelo Espírito, me é uma tarefa muito difícil. Se discirno algo do espírito do Evangelho, é porque entendi que o valor maior está em ter conhecimento de Deus, e não, em ter conhecimento sobre Deus. Por isso, digo ser uma tarefa difícil, pois a mensagem da Graça não é uma informação sobre Jesus, mas um entendimento discernível espiritualmente, e que acontece via a sabedoria processada pela inteligência de um coração tocado pela Graça. Para mim, é sempre mais fácil falar do que escrever... Pois, meu coração, sendo como o do profeta Jeremias, arde por causa da Palavra que me chegou como “espírito e vida”.

Portanto, tentarei descrever o “espírito” deste momento maravilhoso que foi nosso encontro do Caminho em Niterói...

Meus queridos amigos, a experiência do encontro em Niterói foi especial em si, por ter sido um ENCONTRO COM O CAMINHO DA GRAÇA. Um encontro com a MENSAGEM VIVA que se manifestou e poetou nossa existência, revelando o anseio de Deus em ser na nossa vida, UMA PESSOA que caminha em profunda relacionalidade conosco. Isso foi o ESPECIAL desse encontro! Um momento no tempo, santificado pela revelação dessa Palavra que “boanovizou” a existência de todos os que ali estavam. De modo que, nos percebemos encontrados pelo EU SOU, e chamados para fazer o Caminho da fé em Cristo na vida.

Tal mensagem nos veio de forma “viva e eficaz”. Posto que nos desvendou os olhos do coração para a percepção de que há uma progressão pedagógica na revelação que Deus faz de Si Mesmo. De tal forma, que nossa relação com Ele não seja reduzida à mera dimensão da operacionalidade, ou seja, à sua capacidade divina de fazer algo por nós. Mas, é necessário transcender, de forma radical, da perspectiva OPERACIONAL para a RELACIONAL. Pois, reduzir Deus ao operacional, infantiliza o ser e paganiza a alma. Só uma perspectiva relacional de Deus pode gerar transformação, amadurecimento e individuação do ser. Visto que assim, a revelação do EU SOU em mim, cresce de tal modo que podemos discernir o significado DELE para nossa existência. Passamos a saber QUEM ELE É! É isso que nos dá a capacidade de amá-Lo e entregar-se cada vez mais a Ele. E também, a fazer uma viagem para dentro, na busca da verdade a fim de discernir o florescimento interno, e almejar a conformação da minha individualidade com o EU SOU ETERNO. Apenas assim, o EU SOU cresce na nossa percepção! Aqui a OPERACIONALIDADE dá lugar à RELACIONALIDADE!

Jesus diz ser necessário crer que de fato, Ele é EU SOU! Com isso, entendemos que Ele deseja que todos nós nos relacionemos com ELE na existência. Portanto, precisamos aprender que o EU SOU OPERACIONAL age “por nós”, e o EU SOU RELACIONAL age “em nós”. Isso significa que devemos crescer na compreensão que temos de Deus... Pois Ele não deseja que fiquemos imbecilizados para sempre! Ele não nos chamou para viver em “uma creche espiritual”, mas para fazer o CAMINHO DA GRAÇA na vida, como homens e mulheres que sentiram o SABOR de Deus!

É isso...! “Se vocês não crerem que EU SOU, de fato morrerão em seus pecados”, disse Jesus.

Além desse momento maravilhoso que tentei descrever, na verdade, meu encontro com tal graça, teve inicio, quando me encontrei com o Alexandre e a Michelle, o Carlos Clay e o Luiz. Pessoas maravilhosas! E nesse encontro, nós trocamos experiências da caminhada com o EU SOU... Poxa, como fui edificado e fortalecido... Fiquei extremamente feliz em saber que o “evangelho vai frutificando e crescendo” por tantos caminhos.

Espero, e oro, para que todos os que tiveram essa oportunidade maravilhosa de ouvir a mensagem da GRAÇA, que suas consciências sejam amadurecidas e que cada um redescubra a condição essencial de se relacionar com o EU SOU ETERNO.

O Caminho da Graça é para todos, visto que assim nos diz a Palavra: “[...]Todos os vales serão levantados, todos os montes e colinas serão aplanados; os terrenos acidentados se tornarão planos; as escarpas serão niveladas. A glória do Senhor será revelada, e, JUNTOS, TODOS A VERÃO. Pois é o Senhor quem fala.”

“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Aprendei de mim, que Sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas.”


Em amor.

Chico.

A GRAÇA É O CONVITE DE DEUS A CRESCERMOS COMO GENTE AINDA NESTA VIDA!


“A graça é o convite de Deus a crescermos como gente ainda nesta vida!”. É um convite à normalidade da vida! Portanto, a vocação cristã é antes de tudo um chamado para vivermos nossa humanidade.

No CAMINHO DA GRAÇA, reconhecemos que toda nossa existência cotidiana é o ponto focal da relação-experiência que temos com Jesus. É tal condição que nos liberta da loucura religiosa de ver a realidade dicotomizada entre o “espiritual” e o “natural”. “O mundo está imbuído de Deus”, não existe nada fora ou além de Deus. O mundo está em Deus e Deus no mundo. Não existe nada na experiência humana que não esteja dentro da esfera de ação de Deus.

Deste modo, no CAMINHO DA GRAÇA, estamos aprendendo com Jesus – conforme seu modo de ser -, a viver nossa verdadeira vida. Ora, tendo entendido isso, fica claro que a ênfase da mensagem apregoada no Caminho, que é a Boa Nova, nos ensina a SER, “porque a nossa vida neste mundo é como a vida de Cristo” (conf. 1Jo 4.17 – NTLH).

Vinicius de Moraes encarnou, de maneira profunda e clara, os anseios mais íntimos do chamado a SER GENTE. No poema abaixo, ele poetou a vocação humana e eu, entre lágrimas, o leio com reverência. Essa é minha vocação cristã!


O HAVER

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo- Perdoai-os!
Porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão tocando que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa incapacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.

[Vinicius de Moraes]

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

QUAL É O BEM DO EVANGELHO EM SUA VIDA?

[por Caio Fábio]

Por que eu digo que creio no Evangelho?— é a pergunta que todo discípulo de Jesus deve se fazer de vez em quando.
Isto porque em fases distintas da vida a gente mantém diferentes perspectivas de quem é Deus para nós, quem somos nós para Ele, e quais são nossas motivações em relação a Deus no que diz respeito ao nosso modo de viver a fé, e, sobretudo, de senti-la e expressa-la no mundo.
A maioria das pessoas pensam que a única maneira de servir a Deus é se dedicando às programações da igreja, a ter gosto por reuniões de oração, e não ter vergonha de “falar de Jesus” a todos os que encontrarem.
O trabalho na vida normal é, para tais pessoas, uma coisa suportável, na melhor das hipóteses. Mas, a maioria, sofre o trabalho, pois gostaria de servir apenas a causa de Deus, que é fazer a igreja crescer, e, assim, dominar a sociedade com a influência dos cristãos.
Enquanto isto, entre os pastores, a motivação para pregar a palavra vai da admiração aos “maiores” líderes, ao querer ser útil a Deus, ao ter um nome entre os grandes, ou porque o indivíduo sente que se ele não defender a verdade, ela corre o risco de se perder na Terra. Sem falar daqueles que pregam apenas porque precisam fazê-lo, pois servem-se desse expediente a fim de ganhar dinheiro.
Não podemos esquecer também do pastor cansado e desanimado, e que prega gemendo, pois, caso pudesse viver sem o dinheiro da igreja, ele mesmo se aposentaria de tudo.
Existem ainda os sinceros, e que pregam com amor aflito e angustiado, pois crêem que se não anunciarem a Jesus, e não plantarem novas igreja! s na Terra, o mundo inteiro está perdido, posto que Deus está de mãos amarradas e sem voz no planeta, a não ser que nos disponhamos a falar e agir por Ele.
De um modo geral, a maioria se acostumou a ser “de Jesus”, e não tem nem coragem de perguntar se aquela fé é verdade na vida dele, se realiza em sua existência o bem prometido.
Quando a existência vai se mostrando tão aflita como a de qualquer outro ser humano da Terra, e quando o “benefício espiritual” não se manifesta como amor, alegria, paz, bondade, longanimidade, mansidão e domínio próprio—mas sim como infelicidade, amargura, ânsia persecutória, juízos e frustrações; então, a honestidade manda perguntar: O que está errado? É o Evangelho que não é verdade? Ou será que eu, na verdade, é que não vivo em verdade o que é o Evangelho?
Tem gente que pensa que o Evangelho é o corpo de doutrinas da igreja e seu modo de entender o mundo. Tem gente que pensa que o Evangelho é algo para se ensinar, pois, seria pela propagação da informação que a salvação visitaria a Terra. Tem gente que pensa que o Evangelho é a igreja, de tal modo que ele mesmo é capaz de se referir ao crescimento da igreja no país como o “crescimento do evangelho”.

O Evangelho é a Boa Nova. O Evangelho é a certeza de que Deus se reconciliou com o mundo, em Cristo; e que agora os homens podem se desamedrontar, pois foi destruído aquele que tem o poder da morte — a saber: o diabo—; bem como foram libertos aqueles que estavam sujeitos à escravidão do medo da morte por toda a vida. Quem crer está livre, e pronto para começar a andar na paz.

Ora, para se ter prazer em pregar o verdadeiro Evangelho—sem medo, sem ameaça, sem barganha, e sem galardão quantitativo, mas apenas qualitativo—, só se o coração estiver grato e cheio de amor. Ou seja: só se o indivíduo estiver tão pacificado na Graça, que pregar seja algo tão simples quanto o é para uma mangueira dar seus próprios frutos.
Quando o Evangelho é a Boa Nova que livra do medo, então, anuncia-lo só é possível como puro e simples fruto da alegria e da gratidão contente.
Eu acredito no poder do amor, da alegria, da gratidão e do contentamento. Por tais realidades espirituais é que a Boa Nova pode ser vivida e anunciada sem que a morte participe da motivação.

A alegria de conhecer a Deus é o único motivador que deve motivar a anuncio do Evangelho.
Portanto, quando o benefício do Evangelho se manifesta como bem espiritual—e que se expressa como amor, alegria, paz, bondade, benignidade, longanimidade, mansidão e domínio próprio na existência do indivíduo—, então, o seu anuncio não é nunca uma forçassão de barra, mas algo próprio e simples, a gera alegria nos corações dos que ouvem, pois, antes de ouvirem, eles mesmos viram o Evangelho na existência daquele que o anuncia.


O Evangelho é Verdade. Mas só é ele que está sendo anunciado quando o resultado realiza libertação interior, pacificando o coração. Do contrário, tem o nome de evangelho, mas não é o Evangelho mesmo.
Tem gente que se acostumou à miséria de uma existência sem paz e sem libertação do medo, e continua pensando que isto tudo é culpa do diabo, ao invés de perguntar a si própria: Será que aquilo no que creio é de fato o Evangelho?

Preste atenção: o diabo tem poder, mas não tem nenhum poder quando o Evangelho da Graça liberta a consciência humana do medo. Deste dia em diante o diabo não participa mais de nossa vida, nem quando a gente peca. Isto porque uma coisa é pecar sem consciência da Graça. Outra é pecar com a consciência da Graça. No primeiro caso estabelece-se tristeza amargurada. No segundo caso, surge a renovação da consciência, brotando o arrependimento feliz e cheio de produções de vida.

Quando o Evangelho é crido, o medo se vai. Então, o diabo perde seu poder. Assim, sem medo, o homem pode começar a si negar, pois ele já não tem que negar quem é. Assim, assumindo quem ele é, morre o “si-mesmo”, que é quem ele não é, mas apenas “demonstra ser”.
Aí, neste ponto, começa a jornada de uma crescente libertação na verdade. E o resultado é um mergulho cada vez mais profundo na paz que excede a todo entendimento.
Cristãos nervosos afligem-se com doutrinas. Discípulos de Jesus usufruem a verdade como libertação e pacificação.

Onde há o Evangelho, aí há paz!


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PARA O QUÊ SERVE O EVANGELHO?

[por Caio Fábio]

EVANGELHO: se for apenas para depois da morte, é espiritismo premonitório!

Sim, é espiritismo sem reencarnação e sem mediunidade de contato com humanos mortos.

“Evangelho premonitório” é essa crença que transfere tudo para o além, para o céu.

No espiritismo Kardecista se lê os evangelhos e se diz que Jesus é o espírito de Luz. Mas os problemas de hoje, ou as limitações desta vida, são transferidas para o passado. O espiritismo, portanto, é tudo baseado no passado; num passado que se teria vivido, mesmo que dele não se tenha nenhuma memória.

Já o “Evangelho” que nada realiza hoje, e que transfere tudo para o céu, é espírita premonitório; pois, diferentemente do espiritismo Kardecista, que se alimenta do passado e tem nele suas causas e explicações para os infortúnios desta existência, o “Evangelho” sem vida e sem Boa Nova para Hoje, alimente sua existência das recompensas do céu em contraposição às desgraças desta vida — produzindo não esperança, mas conformismo e alienação.

Ora, conquanto o Evangelho carregue a promessa da Glória Eterna, e que é a razão de nossa esperança —; ele, o Evangelho, se não fizer bem à vida hoje, não é nada; e muito menos a Boa Nova.

No espiritismo Kardecista a esperança de hoje é buscar existir num estado de caridade humana, e, também, de busca de conhecimentos acerca dos modos de se promover o “desenvolvimento espiritual”. No caso, é o caminho para a mediunidade.

Já no “Evangelho” sem Boa Nova para Hoje, o que se diz que é que a garantia de salvação é a fidelidade à freqüência à “igreja”. Isto se a pessoa se segurar e não fizer nada “muito errado”; pois, se fizer, ainda que Deus o perdoe, os discípulos do “Evangelho” sem Boa Nova haverão de se tornar o próprio cumprimento da Lei do Carma; posto que eles não perdoam a ninguém que depois de “iniciado” erre de modo verificável.

Assim, nesse caso, não se paga por erros de uma existência passada, mas de qualquer que seja o passado desta existência —; isto se a pessoa cometer o erro depois do “batismo”; ou seja: depois de ser “membro da igreja”.

Quando, porém, se fala do Evangelho mesmo; não se pode jamais imaginar que alguém possa conhecê-lo e não busque experimentar os benefícios de sua presença viva em si mesmo; ou seja: na existência da própria pessoa.

Mesmo um homem no corredor da morte receberá seu beneficio antes de morrer, se encontrar de verdade o Evangelho, que é Jesus.

O Evangelho de Jesus não é apenas o beneficio da consolação ante a morte!

Não! Se o Evangelho entrar na pessoa, mesmo o Paraíso fica menos importante do que ouvir Jesus dizer: “Hoje mesmo estarás Comigo...”; pois, de fato, não há Paraíso sem Jesus; mas onde Jesus está, aí há Paraíso.

Além disso, tratar o Evangelho apenas como uma promessa para depois da morte, é fazer dele algo tão estranho quanto explicar os infortúnios do presente como sendo o resultado de vidas passadas — conforme faz o espiritismo Kardecista, por exemplo.

Em outras palavras: um Evangelho que seja apenas para depois da morte, é, literalmente, uma explicação espírita da vida, só que invertida; pois se tira a explicação da dor do tempo passado, antes da presente existência, conforme se ensina no Kardecismo; e se projeta a explicação para as dores do presente para as consolações do céu.

O Evangelho de Jesus, todavia, não é nem do passado, nem do porvir, mas do Dia Chamado Hoje.

Assim, o Evangelho não é para o céu, mas para a Terra.

Quem precisa de Boa Nova no céu?

Lá tudo isto já não é. Lá é o cumprimento absoluto de todas as promessas presentes também na Boa Nova.

Mas a grande Boa Nova do Evangelho não é o céu, mas o perdão, a reconciliação, o descanso; a paz, e a eternidade já presente em nós Hoje.

Aos que se jactam de serem membros disso ou daquilo, ou mesmo de que possuem pedigree espiritual — o Evangelho diz: “E não comeceis a dizer: ‘Temos por pai a Abraão! ’ Pois eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão”.

Pedras filhas de Abraão são preferíveis a discípulos do Evangelho que não o conhecem como Boa Nova para a vida desde Hoje.

Pense nisso!

Nele, que não nos chamou para que a Graça de Deus se torne vã em nossas vidas.

COMO É SER DISCÍPULO DE JESUS?

[por Caio Fabio]

Como é ser discípulo de Jesus?— é a pergunta de muitos.

Ora, é simples e terrível; e é tão terrível justamente porque é tão simples; e gera tanto esforço justamente por isto; pois nada há tão difícil quanto a simplicidade, nem que demande mais esforço que descansar no descanso.

A tendência natural da alma humana é para oferecer os mesmos sacrifícios de produção própria de Caim. Em Caim nasceu a religião. E é no espírito da oferenda auto-justificada de Caim que ela é praticada.

É difícil não oferecer nada a Deus. É muito difícil apenas confiar que o sangue de outro cobriu você. É loucura para os gregos e intelectuais; é escândalo para os judeus e todos os religiosos.
Para ser discípulo de Jesus a pessoa tem que renunciar o “si-mesmo”. Ora, isto significa desistir de si mesmo como “produção” de algo que comova Deus.

Negar a “si-mesmo” é abandonar a presunção da persona.

Negar a si mesmo é o que se tem que fazer para que o ‘eu’ seja alcançado, e, em seu estado mais verdadeiro, possa ser atingido pelo amor de Deus.

Negar a si mesmo é deixar toda justiça própria e descansar na justiça de Deus; que antes de tudo é justiça justificadora.

Negar a si mesmo é abandonar a presunção de agradar a Deus pela imagem e pelas produções próprias.

Quem quer negar-se a si mesmo?

Se alguém quiser, então, tome a sua cruz. Cruz? Que cruz? Ora, a única. A minha cruz será sempre me gloriar na Cruz.
Alguém diz: Mas não sobrou nenhum sacrifício para mim?

O sacrifício é aceitar que o Sacrifício foi feito e consumado!

Alguém pensa que isto é fácil?

Tente!

Sim, tente apenas e tão somente confiar que está pago e feito.

Tente crer que Jesus é suficiente, não como chefe de religião, mas como o Cordeiro que tira o pecado do mundo todo.

Tente rejeitar todo pensamento de auto-justificação toda vez que você se vir tentado a se explicar para Deus e para os homens.

Tente apenas confiar na única Cruz, e, assim, levar a sua cruz, que é andar pela fé, nunca tendo justiça própria, senão a que vem de Deus.

Tente, e você verá como todos os seus sentidos se revoltarão, e como todos os seus instintos se eriçarão, e você se sentirá inseguro, como se a Lei do Reino fosse a da Sobrevivência dos mais Aptos.

Sim, porque nos sentimos seguros no sacrifício de Caim, embora ele nada realize diante de Deus. E nos sentimos muito inseguros na hora de praticar na vida o sacrifício de Abel.

Jesus disse “Está Consumado”. E a nossa alma, em si mesma, pergunta: “O que mais eu devo fazer?”

Jesus terá que repetir Seu sacrifício todos os dias outra vez? Ou terei eu de oferecer alguma coisa a mais?

Ora, se a pessoa consegue desistir do “si-mesmo”, e tomar a sua cruz, então, Jesus diz que esse tal vai poder segui-Lo.

“Segue-me”— é o convite.

E aí? O que acontece? Fica tudo resolvido?

É claro! Está tudo resolvido; eu, agora, é que preciso aprender a usufruir o que já está consumado. Assim, tendo já tudo consumado em meu favor, caminho para experimentar o que já está feito e pronto.

E como é esse caminho? Como se faz para seguir Jesus?

Ora, ande após Ele como Pedro.... e os outros.

O discípulo é um ser em disciplina. Disciplina é o que o discípulo vai aprender.

Que disciplina? A dos centuriões?

É claro que não. A disciplina que o discípulo vai aprender é amor.

Assim, no caminho, o discípulo cai, levanta, chora, questiona, se oferece para o que não deve, ambiciona ser maior! , menor, mais amado, mais crido, mais usado, mais devotado, mais, mais...; e, então, vai aprender enquanto cai, enquanto erra, enquanto sugere equivocadamente, enquanto acerta, enquanto nega, enquanto corta orelhas, enquanto quer fazer fogo cair do céu, e enquanto pensa que sabe, sem nada saber.

O caminho do discípulo é igual ao caminho dos discípulos no Evangelho, e acontece do mesmo modo; e só será discipulado se for igualmente acidentado, exposto, aberto, equivocado, humilde, capaz de aceitar a repreensão do amor, e apto a aprender sempre sem jamais acreditar que se terminou qualquer coisa antes que se ouça: “Vem, servo bom e fiel; entra no gozo do teu Senhor”.

O caminho do discípulo não está escrito em manuais e nem em cartilhas de igreja.

O caminho do discípulo é todo o chão da existência.

O discípulo é forçado a só aprender se viver. E ele não precisa ter medo da vida, pois é na vida que ele vai seguir a Vida.

No caminho do discípulo o mar se encapela, as ondas se levantam, e os ventos sopram. Por isto, o discípulo muitas vezes tem medo, grita, vê coisas, interpreta-as errado — É um fantasma!

Seguindo a Jesus o discípulo está sempre seguro, mesmo quando pede o que não deve; e, mesmo quando muitas vezes deseja o que lhe faz mal.

No caminho ele vê demônios saírem e não saírem; julga e é julgado; e aprende que não pode julgar; se afoga; é erguido; e caminha sobra as águas; vê maravilhas, encara horrores... Mas adiante dele está Jesus!

Para se ser um discípulo de Jesus a pessoa tem que ficar sabendo que o Evangelho não são quatro livros acerca do que aconteceu entre Jesus e alguns homens e mulheres, há muito tempo atrás.

Para se ser um discípulo de Jesus a pessoa tem que ficar sabendo que o Evangelho está acontecendo hoje, do mesmo modo, na vida dele. E precisa saber que as coisas escritas no Evangelho são apenas para a gente ficar sabendo como é que acontece na nossa própria vida.

O Evangelho só é Evangelho se for vivido hoje. Não com a pretensão de dizer que seremos como Jesus. Mas pelo menos com a declaração de que seremos como os discípulos; e que adiante de nós, de todos nós, está o Senhor.


 
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